Se há poucos anos a tecnologia era um apoio para o desenvolvimento do trabalho, hoje ela é parte da força competitiva que impulsiona a invenção de novos modelos de negócios. Airbnb e Uber são dois dos principais exemplos de empresas criadas graças à evolução tecnológica. Ter em mente o real potencial das transformações digitais para a inovação é o primeiro passo para se tornar uma liderança nessa nova era.
“Não é preciso trabalhar no Google para ser um líder na atual fase da comunicação. Mesmo quem está numa empresa com características ainda tradicionais pode olhar para esses grandes players e fazer comparações com seu próprio universo”, explica Fabio Eltz, head das escolas de Liderança e de Comunicação da Integração Escola de Negócios. “E deve ir além, questionando o que poderia ser adaptado dessas organizações de ponta para ser aplicado na sua realidade”, completa.
Decisão em tempo real
O número de executivos considerados líderes digitais na atualidade ainda é pequeno. A Oxford Economics, instituto de pesquisa ligado a Universidade de Oxford, realizou uma pesquisa com 4.100 profissionais de 21 países (entre eles, o Brasil) a pedido da SAP, multinacional de desenvolvimento de software. De acordo com o resultado, apenas um em cada cinco executivos se encaixam no perfil de lideranças digitais.
Os especialistas que estudam o tema ainda não cunharam uma definição exata para o termo, mas apontam para os profissionais capazes de se adaptar, a partir da remodelação de seu mindset, a uma transformação cultural que acontece em alta velocidade. “Nesse cenário, é preciso mudar a programação mental para enxergar a tecnologia e tudo o que vem com a transformação digital como uma importante aliada na busca de novas formas de pensar e agir”, afirma Eltz.
As informações geradas por essa transformação digital são fundamentais para a tomada de decisão, por exemplo. Segundo o levantamento da Oxford Economics, pouco mais da metade dos executivos entrevistados (55%) busca soluções baseadas em dados ou utiliza-os para mapear estratégias da empresa. Quanto à tomada de decisão em tempo real, apenas 46% afirmam que isso ocorre em suas organizações. Entre os executivos brasileiros ouvidos, esse índice é ainda menor, 47% e 38% respectivamente. Diz Fabio Eltz: “O líder digital sabe aproveitar os recursos que existem a sua disposição para entregar as demandas do dia a dia e, assim, encontrar tempo para a criatividade e para buscar vantagem competitiva, capazes de fazer o negócio crescer de maneira escalonável”.
Um outro estudo, feito por MIT Sloan Management Review e Deloitte Digital, mostra que, entre as organizações que têm maturidade digital, 30% delas fazem seus planejamentos estratégicos de olho em horizontes superiores a cinco anos. Já entre as empresas que ainda estão caminhando em sua própria transformação para o digital, esse índice é de 13%.
Portas abertas para a diversidade
Outro aspecto desse novo perfil de liderança é o entendimento de que a diversidade é importante para os negócios. Essa questão foi observada no levantamento encomendado pela SAP: 66% das organizações onde estão os líderes digitais reconhecem o impacto positivo da diversidade na cultura da empresa e 37% a associam à melhora da performance financeira. “Além de buscar a inclusão e a diversidade etnica, cultural e sexual, o líder digital deseja também a diversidade mental e de comportamento. Ele sabe que é bom para os negócios ter alguém criativo, um conservador, um perfil mais crítico e ácido e assim por diante”, explica Eltz.
Na pesquisa da Oxford Economics, 49% dos executivos afirmam que as lideranças de suas organizações reconhecem a importância da diversidade e têm feito esforços para que ela ocorra. Entre os brasileiros, esse índice chega a 95%.
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