As características que definem o ambiente dos negócios sofreram mudanças profundas nas últimas décadas. No novo ambiente econômico, a principal fonte de produção vem migrando do capital físico para o capital intelectual, o que faz do aprendizado organizacional um fator crítico. A educação corporativa se tornou um elemento estratégico e indispensável.
A exemplo da função vendas, do departamento de engenharia ou de finanças, a área responsável pela educação corporativa deve estar alinhada às prioridades, deve ter metas estabelecidas, provisão de investimentos e um plano de ação consistente.
Nas organizações que gerenciam o conhecimento como ativo estratégico, a área de educação corporativa supera a esfera de RH para se reportar diretamente à direção da organização. Em algumas destas empresas já existe a figura do CLO (Chief Learning Officer), executivo membro da alta administração responsável pelo plano de aprendizagem organizacional.
Outra tendência crescente é a criação da universidade corporativa, centro de educação e excelência no interior da empresa, com a finalidade de institucionalizar a educação na organização.
Por muito tempo a educação profissional foi encarada como um gasto necessário e não como investimento. Como resultado desta visão míope, nos momentos de crise e contenção de gastos, os investimentos em capacitação sempre estiveram entre os primeiros a serem eliminados.
O contrassenso reside no fato de que as iniciativas para criação de competências são fatores críticos de sucesso e nos momentos de crise que estas competências são mais requisitadas. Já é tempo de se pensar o capital intelectual sob um prisma estratégico, afinal, estratégia organizacional e educação corporativa se afetam mutuamente.
A estratégia afeta a educação corporativa na medida em que novas capacidades devem ser desenvolvidas para que a estratégia seja executada. Por outro lado, a educação corporativa afeta a qualidade das estratégias formuladas à medida que promove a qualificação dos líderes organizacionais.
Quando os esforços de treinamento e desenvolvimentos são geridos de forma estratégica, a capacitação adquirida pelos colaboradores se traduz em valor para o negócio. Entretanto, para que o conhecimento possa se transformar em lucro, a educação corporativa precisa estar no foco da alta administração.
*Texto de Anderson Oliveira, consultor da Integração Escola de Negócios e professor de diversos cursos relacionados à Escola de Líderes e Recursos Humanos.