Por Marcia Rizzi, consultora da Integração
No dia a dia das organizações, a cooperação deveria ser a base de tudo, porém a realidade mostra o oposto. A extrema competição interna destrói bons relacionamentos e gera ambientes hostis. Esse tem sido o tom nas últimas décadas. Cada um busca garantir o seu espaço sem favorecer os colegas, construindo barreiras que dificultam o trabalho e ameaçam a saúde dos colaboradores.
Precisamos repensar as empresas
Transformar o ambiente para que as pessoas possam crescer e se desenvolver além das metas e números. Nossa proposta é, então, dar um refresh no cenário corporativo, oferecendo trocas enriquecedoras para os colaboradores e para as organizações.
Como fazer isso? O programa de Mentoring é um dos caminhos. Essa metodologia vem sendo construída sem autores definidos, mas Rosa Bernhoeft é uma excelente referência para nós. Para Rosa, mentor é aquele que conduz, sinaliza, orienta, sem que precise fazer ou decidir pelo outro.
O papel de um mentor tem história: eles eram íntimos dos reis e chegavam mesmo a influenciar suas decisões. Nos tempos atuais, se apresentam de diversas formas: pais, professores, parentes, amigos, companheiros de trabalho. Resumindo: são pessoas que servem de exemplo e inspiração para a nossa conduta na vida.
Podemos definir o mentor como um colaborador que tem ampla experiência em determinada área da empresa. Assim, ele pode assumir o papel voluntário ou oficial de orientador de outro colaborador, que tanto pode ser experiente como estar em início de carreira. O Mentoring depende também de um promotor, o líder principal, que deve comunicar abertamente o seu apoio e confiança no processo.
Mentoring envolve questões de vida e carreira
É um processo de médio e longo prazo que pode utilizar:
- Coaching – quando o foco é melhorar a performance profissional atual.
- Avaliação de Desempenho e Avaliação 360º – quando se pretende avaliar o perfil profissional.
- Orientação para questões pessoais – para ampliar a percepção sobre a sua vida fora do trabalho.
O passo inicial é o mentorado admitir suas lacunas e aceitar receber orientação. O passo seguinte é escolher uma pessoa que o ajude a pensar se suas escolhas indicam o caminho certo ou se será necessário fazer ajustes. O ponto de partida é a confiança. O objetivo é a troca de experiências e o incentivo ao aprendizado. O mentor representa a organização. Compartilha sua experiência e conhecimento, transmite valores, visão e padrões da empresa, oferece soluções para aspectos técnicos e explica as formas eficazes de chegar aos resultados esperados.
Na prática, toda organização que tem adotado o Mentoring direciona o processo a grupos de profissionais de grande potencial. Aqui fazemos um convite à reflexão: por que o Mentoring não é levado a todos os níveis? São inúmeros os benefícios da sua aplicação, como o auxílio na integração e formação de novos colaboradores, acelerando a adaptação deles à cultura organizacional, aumentando a confiança e o comprometimento com sua nova empresa. Já os obstáculos ao processo podem ser percebidos pela resistência interna e pelo clima de competição, entre outros.
Pare e pense. O que eu posso fazer para me desenvolver mais, e até mesmo mudar a minha rotina profissional? Procure um mentor. Ou incentive processos de Mentoring na sua organização.”