Ter a habilidade de falar em público e causar impacto nas pessoas ao seu redor é algo que todo profissional deve ser capaz de fazer, não importa a sua área de atuação. Afinal, você sempre enfrentará situações nas quais precisará chamar a atenção e fazer a sua opinião ser ouvida, certo?
O problema é que falar em público e causar impacto não é algo que se ensina nas escolas ou que costumamos aprender no início da carreira. Assim, essa habilidade acaba sendo mais uma que só desenvolvemos à medida que vamos crescendo e ganhando novas responsabilidades. Ou seja, ao longo dos anos, aos trancos e barrancos, e em ritmo de tartaruga.
Isso explica por que muitos dos profissionais capazes de influenciar seus pares e clientes são justamente aqueles mais experientes, no auge de sua carreira, que possuem a confiança de quem já errou muito para depois acertar.
A boa notícia? Falar em público e influenciar pessoas não precisa ser um aprendizado que vem necessariamente da dor (do erro). Trata-se de uma habilidade que pode ser aprendida. Aqui, trazemos algumas dicas importantes para você começar a falar de forma a impactar pessoas. Depois, sugerimos que também faça nosso “Curso de oratória: seja um apresentador de alto impacto”, para imergir no tema dominar essa arte.
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O nervosismo é normal. Combata-o com preparação e treinamento
É muito difícil encontrar quem não sinta alguma reação fisiológica, como o coração batendo e as mãos trêmulas, ao falar em público. Não associe esses sentimentos com a sensação de que você terá um desempenho ruim ou fará papel de bobo. Alguns “nervosismos” são bons. A adrenalina, por exemplo, faz você suar mas também o deixa mais alerta e pronto para entregar o seu melhor desempenho.
A melhor maneira de superar a ansiedade é se preparar, se preparar e se preparar um pouco mais. Procure reservar algum tempo para revisar anotações ou estruturar a sua fala. Depois de se sentir confortável com o conteúdo, vá para o próximo passo: o treinamento. Grave você mesmo se apresentando, fale para o espelho ou peça a um amigo para assistir e em seguida trazer críticas construtivas.
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Quanto mais você escuta, maior a relevância da sua voz
No início de nossas carreiras, facilmente caímos no conto de que “para ser levado à sério preciso ter muito a dizer”. Embora exista alguma verdade nessa afirmação, a realidade é que, se você quer ser interessante, precisa estar interessado.
Ouvir é a arte mestra de um grande comunicador. Funciona assim: se quando eu falo você escuta, entendo que o que eu tenho a dizer é importante para você. Então, quando você falar, eu vou te ouvir. E não vou fazer isso porque é uma troca justa, mas porque acredito que você entende meu próprio ponto de vista. E, a menos que eu confie nisso, não acreditarei que o que você diz seja relevante para mim.
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Considere as necessidades do público.
Considerar as necessidades do público é a primeira regra de uma boa apresentação. Isso significa que um grande orador deve não só falar bem, mas ter sagacidade e empatia. Na prática, você precisa entender que uma apresentação é apenas parcialmente sobre você, já que ela é, também, sobre o público e o contexto. Então, pergunte a si mesmo:
- Para entender o público: quem é esse público? O que essas pessoas desejam? O que elas temem? Por que fui convidado a falar? Qual aspecto da minha mensagem é mais relevante para elas?
- Para entender o contexto: o que está acontecendo agora que estará na mente de todos na sala? Sobre o que eu não devo falar? O que esse público precisa ouvir?
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Mantenha a mensagem clara e simples
Há muitas maneiras de falar em público e criar impacto. Por isso, devemos ser estratégicos. Essa “tesourada” no conteúdo pode ser um tanto complexa. E, se você é um especialista, já entra em campo em desvantagem, pelo menos quando o objetivo é impactar.
É o que chamamos de “a maldição do conhecimento”. Você entende que as coisas não são simples, que são interligadas, que para explicar o D precisa necessariamente passar pelo A, pelo B e pelo C.
O problema é que a maioria das pessoas que você quer persuadir estão se afogando em informações. Assim, se você quer causar impacto, deve oferecer a elas uma bóia que flutue em uma direção – algo mais sólido, a que possam se agarrar.
Pois um grande comunicador, ao falar em público, consegue encontrar qual é a mensagem principal e entregá-la com clareza. Quando isso acontece, quando você entrega de forma simples e eficaz a mensagem principal, seu público pensa: “Ah, entendi. Confio nesta pessoa”. Só então, com essa confiança conquistada, você poderá passar para um próximo nível de sutileza e complexidade.
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Não menospreze o poder de uma boa postura
Há muito para se falar sobre linguagem corporal. Tanto, na verdade, que se formos seguir à risca todas as dicas não fazemos nada a não ser nos preocuparmos com nossos gestos. E, ao falar em público, uma entrega demasiadamente “dura”, muito treinada e robótica é um desastre na certa. Assim, vamos simplificar.
- Tenha uma postura ereta. Ao fazer isso, em primeiro lugar, você se sente mais confiante. Em segundo, passa essa confiança para o público. Aliás, sempre que possível, procure se apresentar em pé, de fato elevando-se.
Para uma boa postura – em pé ou sentado – imagine que você tem uma corda de marionete presa ao topo de sua cabeça. Pense que ela está puxando você suavemente para cima.
- Coloque-se de forma simétrica. Como você se porta durante a apresentação é tão importante quanto uma boa postura. Quanto mais você se posicionar em frente à pessoa que deseja influenciar, maior será o seu impacto. Além disso, sente-se ou fique de pé simetricamente, usando gestos simétricos.
Na prática, ao se articular usando as mãos, use as duas, não apenas uma. E preste atenção ao ângulo de seus pés. Idealmente eles devem apontar na direção da pessoa a quem você está tentando impactar.
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Mantenha o contato visual. Até certo ponto.
A maioria de nós já sabe que o contato visual é importante. Quando falamos em contato visual ao falar em público, no entanto, não nos referimos a um olhar profundo e significativo, e muito menos a algo fixo e assustador. O que você quer é travar os olhos quando estiver falando e quebrar o contato antes que a outra pessoa comece a ficar desconfortável.
Fora da teoria não é tão simples. Por isso, pratique. Uma boa maneira de treinar o seu contato visual é escutar outra pessoa falando. Uma dica? Ao falar em público, para um bom contato visual, tente observar a cor dos olhos da pessoa com quem você está falando. Isso irá lembrá-lo de fazer contato visual e de segurar esse contato por algum tempo (mas não muito tempo).
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Forneça um call to action
A melhor maneira de terminar uma apresentação é dar ao seu público algo para fazer.
Por quê? Porque você acabou de forçar pessoas que normalmente são ativas a serem passivas por um bom período de tempo. Agora é hora de deixá-las absorver sua mensagem de forma participativa. Dessa maneira, aumenta as chances de elas lembrarem da sua fala – e também de agir sobre ela.
Encontre algo relevante e conectado à sua mensagem. Pergunte a si mesmo: “Qual é a próxima coisa que eu gostaria que meu público fizesse assim que minha apresentação terminar?” Então, motive-os a dar um passo em direção a isso. Fazendo-as agir, reforçará a crença delas em sua mensagem.
Dica final: essa parte, call to action (chamada para ação), deve ser simples e levar apenas alguns minutos. E, claro, precisa ser relevante para sua mensagem.
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