Eduardo Ribeiro fala sobre neurociência, filtros de racionalidade e a importância da inteligência emocional no ambiente de trabalho.
Quem já não perdeu a cabeça no meio de uma tormenta ou situação difícil? O problema é que só depois, quando ela passa, é que nos damos conta da nossa reação desproporcional. Aí o que acontece? Ficamos arrependidos e nos perguntamos: “Como é possível, em questão de segundos, tornar-se tão irracional?”
O que acontece conosco nesses momentos? Vou citar alguns exemplos:
- O chefe grita com um subordinado ao perceber o erro que este cometeu.
- O colaborador pede demissão no meio de uma tarefa por se sentir ofendido pelas palavras duras do chefe.
Quando alguém é submetido a uma violenta emoção, fica furioso e pode cometer atos irracionais. Isso é fato. Essas explosões emocionais são conhecidas como “sequestros da amígdala”.
Filtros de racionalidade
As amígdalas são duas estruturas em forma de amêndoas (amígdala significa amêndoa em grego), localizadas uma de cada lado do cérebro. São a herança da nossa passagem pela forma réptil, e podemos dizer que são o nosso primeiro mecanismo de defesa. É o que chamamos de “instinto de sobrevivência”.
E por que o nome “sequestros da amígdala”? Pesquisas da neurociência demonstram que temos “3 cérebros”, cada um com uma função especializada:
- Cérebro Reptiliano: é o que nos leva a dar respostas mais animais e instintivas, como lutar ou fugir. ‘ Se eu como isso eu ataco…se isso me come eu fujo ‘.
- Cérebro Emocional: recebe os estímulos e informações, processa tudo e nos leva a ter atitudes baseadas apenas em sentimentos e memórias.
- Neo-Córtex: recebe os estímulos e informações, processa tudo e nos leva a ter atitudes racionais, visando algum tipo de ganho ou benefício.
Quando o estímulo é intenso demais, ou rápido demais (como um susto, por exemplo), a amígdala “sequestra” a informação e não deixa alcançar o Neo-Córtex. Assim, as respostas (palavras, atitudes e comportamentos) não passam por filtros de racionalidade, e podem provocar perdas materiais ou de relacionamento.
Inteligência Emocional
Para finalizar, deixo uma dica: quanto mais trabalharmos nossa inteligência emocional, menos estaremos expostos a essas perdas. Só não dá para “zerar” tudo, porque esse efeito é químico e biológico e faz parte de nossa evolução. Coloque seu foco no que realmente importa e vamos em frente.
Eduardo Ribeiro é professor da Integração Escola Negócios, onde ministra o curso Inteligência Emocional e Influência. Clique aqui e conheça o programa do curso.