O Panorama do Treinamento no Brasil, principal pesquisa de gestão de T&D do país, chega a sua 15a edição com dados levantados durante a pandemia de Covid-19
Tomar decisões estratégicas na gestão do setor de treinamento & desenvolvimento (T&D) é sempre um passo importante. Saber, por exemplo, que as empresas brasileiras passaram a investir anualmente, por colaborador, de R$652, em 2019, para R$997, atualmente, faz toda a diferença, não é mesmo? Além desse número, podemos destacar que 55% do investimento tem a liderança como foco e que, enquanto 44% dos treinamentos foram por meio do EAD/online, apenas 18% dos treinamentos foram aulas ao vivo com professor.
É por esses e tantos outros motivos que a pesquisa Panorama do Treinamento no Brasil, que chega a sua 15ª edição, é tão importante. Para destrinchar esses dados e entender a fundo o levantamento, um dos maiores do país sobre o tema, é importante saber que seus indicadores estão divididos em 3 grandes grupos: Investimento e Eficácia da área de T&D; Distribuição das ações de T&D por público, conteúdo, meio e método e Resultados em T&D. Vamos à análise?
1 – Investimento, eficácia e o impacto de COVID-19 no orçamento de T&D das empresas
Quando falamos em investimento e eficácia, o levantamento traz importantes indicadores como, por exemplo, orçamento anual de T&D por colaborador e pela folha de pagamento, média de investimento anual por porte da empresa e volume de horas de treinamento por colaborador que, por sinal, vem decrescendo ano a ano nos últimos dois ano, apesar de ter voltado a subir em 2020.
Outro dado relevante é o amadurecimento da área de T&D na maioria das organizações. Para se ter ideia, 75% das empresas de 101 a 500 colaboradores têm orçamento de T&D definido, enquanto 100% das empresas com mais de 5 mil funcionários já definiram esse orçamento.
Em 2020, mais um tema importante entrou em pauta: o impacto da COVID-19 no setor. Com a crise econômica de 2019, ampliada pela pandemia em 2020, os gastos com atividades terceirizadas caíram e deram espaço para um aumento dos treinamentos com recursos internos. Além disso, o orçamento anual foi reduzido em diversos segmentos. A administração pública, por exemplo, diminuiu 60% de seu orçamento, seguida do comércio (-56%) e de serviços (-52%).
2 – Como foi a distribuição das ações de T&D?
O levantamento começa analisando a distribuição do treinamento por público e conteúdo. Esse indicador é muito importante porque aponta a prioridade de investimentos entre os líderes e não líderes. Neste contexto, 55% do orçamento anual foi direto para os líderes, porcentagem 10% maior do que a do ano passado. E qual o setor que mais valoriza o poder da liderança? O comércio, que destinou 62% de investimento para seus líderes.
Quando falamos em investimento para não líderes, quem ganha a corrida é a área comercial, tendo crescido 12% no último ano em relação às outras áreas (operação e industrial).
E se o foco é de que forma aconteceu a entrega de conteúdo e os treinamentos, temos um fato concreto: esse foi o ano do home office. O percentual dos treinamentos realizados no meio presencial diminuiu 27%, em detrimento das soluções a distância, com ou sem tecnologia. O meio de treinamento que mais cresceu este ano foi o online ao vivo, com o expressivo crescimento de 200%.
3 – Como medir o resultado das ações de T&D?
A teoria mais adotada para medir os resultados das ações de T&D é a teoria dos quatro níveis, de Donald Kirkpatrick. São eles: resultados, aplicabilidade, aprendizado e reação. Neste levantamento, acrescentamos o quinto nível – retorno sobre o investimento (ROI).
É importante saber que, em todas as edições desta pesquisa, o gráfico fica com o formato de uma pirâmide – 69% dos projetos de T&D têm avaliação de reação, enquanto poucos projetos têm avaliação de resultados. O que isso quer dizer? Que, para se avaliar resultado, impacto no negócio ou até retorno sobre investimento, necessitamos de alguns indicadores efetivos que, para a maioria das empresas, são 20. Entre eles: faturamento, inovação, clima organizacional e cumprimento do plano de treinamento. Apenas 5% dos respondentes não utilizam indicadores de efetividade.
Como foi feito o Panorama de treinamento no Brasil 2020?
Pela primeira vez, as empresas responderam à pesquisa no segundo semestre de 2020 para que os indicadores aqui apresentados já refletissem o impacto da crise causada pela Pandemia da COVID-19 nas estratégias de T&D.
É importante dizer, também, que tivemos 318 respondentes, número menor que o do ano passado, mas com um ganho de qualidade que nos permitiu ampliar os “recortes” dos indicadores financeiros e suas análises. 70% das empresas respondentes têm origem de capital nacional e 36% delas têm entre 101 e 500 funcionários. O setor de serviços também ganhou destaque e 40% das empresas respondentes fazem parte dele. Os outros setores são Indústria (37%), Comércio (13%), Administração Pública (8%) e ONGs (2%).
O estudo é fruto da parceria entre a Integração, a Associação Brasileira de Treinamento e Desenvolvimento (ABTD) e a Carvalho & Mello Consultoria Organizacional.
Clique aqui para baixar a 15ª edição do Panorama do Treinamento no Brasil e também ter acesso às outras edições do levantamento.