Vivência aplicada pela Conquistar na sede da Aurora Alimentos em Chapecó (SC)

No final de abril, a Aurora Alimentos organizou o VI Workshop dos Comunicadores do Sistema Aurora, em Chapecó, Santa Catarina. Entre várias atividades, os integrantes da Aurora Alimentos e das Cooperativas Filiadas vivenciaram o Big Picture, jogo da Catalyst Teambuilding, aplicado exclusivamente no Brasil pela Conquistar, empresa do Grupo Integração Escola de Negócios. O resultado do Big Picture foi aplaudido pelos participantes (veja abaixo o registro na página sobre empreendedorismo da Aurora Alimentos).

O Big Picture é o jogo em que as equipes devem pintar diversas telas que juntas formam uma imagem de valor para a empresa. As telas são elaboradas por designers da Conquistar com base no brienfing e nas expectativas do cliente. O desafio vai além da pintura em si. O time tem de conseguir combinar habilidades e recursos para formar uma imagem única. O resultado do trabalho é montado em um espaço, revelando a obra final. “O Big Picture trabalha integração e comunicação, criando valor e fortalecendo vínculos. É um jogo colaborativo em que os participantes compreendem, ao final, que o sucesso e a qualidade da sua obra dependem da capacidade e da disposição de cooperar em vez de competir”, explica Luis Zanin, sócio-diretor da Conquistar.


O desenho proposto para realizar o Big Picture pode ser inspirado no logo da empresa, no tema da conferência, em determinado produto ou serviço ou até mesmo em metas ou valores da empresa. Além dos participantes poderem visualizar a importância do trabalho em equipe, o resultado da atividade pode ser literalmente
instalado na sede da empresa.
Quer saber mais sobre o Big Picture e outros jogos da Conquistar?
Acesse o site http://bit.ly/2KhCydf

Jogos vivenciais como alternativa para reduzir incertezas

*Por Luis Zanin, sócio da Conquistar, empresa do Grupo Integração Escola de Negócios

Imagine a seguinte situação: você, em um dia de calor infernal começa a desejar um sorvete. Passa em frente à padaria para comprar, mas lembra-se de ter visto dois potes de sorvete em seu congelador na noite anterior. Chega em casa, pega colher e calda de chocolate, mas ao abrir o pote se depara com um monte de feijão congelado. Quem nunca passou por isso? É uma surpresa um tanto desagradável, não?

O físico Erwin Schrodinger, em 1935, propôs um exercício mental parecido com o da situação acima, usado para mostrar o poder do observador. Este exercício ficou mundialmente famoso como o experimento do Gato de Schrodinger.  Basicamente, há muitas possibilidades de resultados para um dado acontecimento, mas somente uma estará à vista no momento em que um observador olhar para ela. No caso do sorvete, poderia haver muitas coisas dentro do pote, inclusive sorvete. Porém, ao abrir o pote, o universo escolheu uma possibilidade. No caso, infelizmente, foi feijão.

E se pudéssemos, como de brincadeira, abrir o pote várias vezes? Ver o que aconteceria a cada possibilidade? Estaríamos falando de jogos vivenciais. Eu os vejo como uma espécie de abertura controlada do pote, com a intenção de ter uma ideia melhor do que se pode esperar.

É possível inserir esses jogos no ambiente corporativo para treinar a reação dos profissionais em possíveis momentos desafiadores. Pense em seus colaborares, colegas, equipe, etc. Não se sabe como cada um agirá em determinada situação, talvez pela convivência você pode até ter uma expectativa de comportamento, mas só saberá quando a situação acontecer. Com os jogos vivenciais, posso fazê-los vivenciar uma situação antes que ela aconteça. Em um contexto menos complexo, claro, e que também não garante que a resposta seja a mesma de uma possível situação real, mas isto gerará mais elementos para melhorar a acuracidade da expectativa que você já tem.

O que proponho é que joguem, simulem, treinem. Você, líder da equipe, tente antecipar a reação e atitude dos seus colaboradores antes do momento em que a atitude certa seja crucial. Você, colaborador, faça o mesmo. Perceba qual será sua reação e fique mais preparado para quando chegar aquele momento decisivo.

Com base nesta ideia, pense em um jogo no qual, por exemplo, há diversos checkpoints espalhados pela área de um hotel e que possam, talvez, refletir algumas das metas deste ano. Imagine que para alcançar esses objetivos, uma tarefa precisa ser concluída, usando a estrutura do hotel e simulando, por exemplo, situações reais de venda. Ao final da ação, haverá a oportunidade de mapear as reações de cada participante durante o jogo e corrigir alguns pontos da estratégia que tenham sido mal interpretados.

Por meio de atividades lúdicas, os jogos vivenciais podem ser uma excelente ferramenta para ajudar você a encontrar o que quer quando abrir o pote uma próxima vez.

As novas regras dos jogos corporativos

À beira da piscina de um hotel, Ronaldinho Gaúcho conversa com uma loira de biquíni, alheio ao homem que se aproxima por trás com um celular na mão, posicionado para registrar o encontro. O clique da câmera é inaudível. Antes que o jogador se dê conta da presença do paparazzo, a foto já foi distribuída para centenas de pessoas. Finalmente, Ronaldinho percebe o fotógrafo, sorri e o parabeniza pela tarefa cumprida. A cena não é verídica., mas aconteceu. A ideia foi ilustrar as novas regras dos jogos corporativos.

Quem a narra a história acima é Luis Zanin, head da Conquistar, empresa do Grupo Integração. A Conquistar desenvolve jogos e atividades vivenciais para empresas. Segundo Zanin, a prática de jogos corporativos evoluiu bastante nos últimos 20 anos. “As dinâmicas de grupo eram usadas pelo RH para identificar comportamentos ou desenvolver competências”, diz “E ainda servem para isso, mas podem ser utilizadas para muito mais”.

Entre as novas regras dos jogos corporativos está a transmissão de conteúdos, que foi o que se passou no episódio vivido por Ronaldinho Gaúcho – na verdade, um sósia dele. Dificilmente um folder ou um PowerPoint seriam tão eficazes. Zanin explica:

“Nosso cliente era uma empresa de telefonia que estava lançando uma linha de celulares. Os diferenciais dos aparelhos eram GPS, câmera fotográfica, acesso a redes sociais e ao e-mail. Em vez de fazer uma apresentação tradicional dos produtos para a equipe de Vendas, a empresa nos contratou para criar uma vivência prática dessas funcionalidades. Como toda campanha deles era baseada em futebol, desenvolvemos o desafio: espalhamos sósias de jogadores pelo hotel e enviamos instruções por e-mail à equipe. Utilizando coordenadas de GPS, os colaboradores deveriam encontrar os sósias dos jogadores, tirar fotos deles e compartilhar por redes sociais.”

A atuação da Conquistar

A Conquistar atende clientes de diversos tamanhos, nacionalidades e áreas de atuação. Para satisfazer os objetivos específicos de cada um, a customização dos jogos não é uma escolha, é uma necessidade. A Conquistar tem uma equipe fixa de coordenadores que trabalha com parceiros definidos projeto a projeto, que podem ser circenses, aventureiros, músicos, a depender da natureza do jogo.

Nenhum jogo faz milagre, diz Zanin. Porém, se bem feitos, ele garante que os resultados aparecem e são mensuráveis. Ele dá como exemplo uma atividade em que o board de uma indústria de alimentos multinacional se encontrou com crianças carentes em São Paulo para trocar experiências culturais. A atividade foi organizada pela Conquistar no Parque do Ibirapuera, em 2010. Ao final, a companhia fez uma doação substancial de dinheiro à instituição responsável pelas crianças, e sugeriu que cada diretor e VP ali presentes também contribuíssem por conta própria, a seu critério. A doação voluntária foi o dobro do valor da original, chegando a dezenas de milhares de dólares.

Na entrevista a seguir, Luis Zanin deixa claro que não existem “modelos de gaveta” ou estruturas rígidas para que um jogo vivencial funcione. O que não impede que se possam tirar lições importantes a respeito dos objetivos e da eficácia de sua atividade.

O jogo não faz milagres

Para empresas que buscam transformar comportamentos ou criar competências na equipe, Zanin alerta: as novas regras dos jogos corporativos permitem que eles sirvam como diagnóstico, não como tratamento.

“Quatro horas de atividade não vão mudar sua equipe. Mas o jogo pode servir como diagnóstico. Digamos que a visão do líder seja: ‘Está tudo errado na minha equipe, ninguém se entende’. E aí o jogo mostra o contrário. Por que eles se entendem no jogo, mas não na empresa? Será que é porque, no jogo, a comunicação é mais clara? Pode ser que falte clareza. Ou então: se uma pessoa se comporta mal no dia a dia, mas o ambiente ou a situação do jogo a fazem se comportar como a empresa esperava, será que o ambiente corporativo não precisa ser mudado? Não dá para transformar a empresa num resort, mas o ambiente talvez esteja pesado demais.”

O jogo não é remédio de dose única

As novas regras dos jogos corporativos também mostram que eles precisam fazer parte de um trabalho maior e mais duradouro, seja para identificar problemas, seja para consolidar soluções.

“Talvez a palavra tratamento se encaixe bem nesse tema, porque um tratamento, raramente, é feito com uma dose só. Na nossa parceria com a Integração, muitas vezes o jogo da Conquistar é inserido num programa maior. Aí faz sentido. O jogo pode servir no início, para fazer o diagnóstico da equipe, ou mesmo ser colocado no final, para sedimentar o conhecimento que foi passado ao longo do programa, fazendo a equipe passar por situações em que aquele conhecimento, aqueles conceitos, sejam colocados em prática.”

O jogo pode não curar, mas ensina

Graças às novas regras dos jogos corporativos eles também se tornaram uma oportunidade excelente para transmitir conteúdos. Os conceitos passados à equipe, quando aplicados na prática, ficam muito mais acessíveis.

“O jogo é uma grande ferramenta de transmissão de conteúdos, que podem ser os valores da empresa, os diferenciais do produto, como no exemplo da empresa de telefonia. Uma vez, fizemos uma convenção de planejamento de metas para uma companhia de marcas de bebidas. O briefing inicial era uma queixa das convenções anteriores, em que se alugavam hotéis belíssimos no Nordeste, no Sul, mas todo mundo ficava horas dentro de uma sala, só esperando pela festa à noite. O que fizemos foi intercalar as apresentações com atividades que usavam a própria estrutura do hotel – campo de golfe, cancha de bocha, parede de escalada, jet ski– para fixar os pontos fundamentais. Foi a convenção mais bem avaliada de todos os tempos daquela empresa.”

Defina objetivos claros

A eficácia da atividade vivencial vai depender dos objetivos – e do entendimento perfeito entre todas as partes. Quanto mais claros os objetivos, melhor. “Hoje temos menos tempo para realizar essas atividades, elas têm de ser mais claras no que estão querendo passar. Então, para um jogo dar certo, primeiro ele depende de um briefing bem passado e de que nós, da Conquistar, entendamos bem esse briefing. Os objetivos podem ser desde transmitir conteúdos até, simplesmente, deixar a equipe feliz. Já recebemos briefings assim: ‘Nossa equipe vendeu muito este ano, a gente quer que eles saiam felizes. Não venham falar de planejamento, de produto…’ O cliente não quer dar a tarde livre apenas, então a gente desenvolve atividades em que a equipe trabalhe junta, todos se conheçam… mas se divirtam!”

As regras do jogo devem ser simples

Quanto mais simples as regras, mais espaço o jogo dá para a criatividade dos participantes e para soluções fora da caixa.

“Quanto mais complexas e detalhadas as tarefas, maiores as possibilidades de você limitar as ideias ou atitudes dos participantes. A gente já foi surpreendido várias vezes, porque não há como prever as soluções encontradas para um mesmo desafio. Em uma atividade nossa, o desafio era construir uma torre usando três hastes de madeira que – nós imaginávamos – deveriam ser presas em cima. Um participante fez o contrário, prendeu embaixo… e funcionou! Se a instrução fosse ‘construir uma torre presa em cima, dessa forma aqui’, ele jamais teria feito aquilo. Cercear a criatividade é muito ruim para o jogo e para a empresa.”

Evite constrangimentos…

O jogo deve integrar cada participante em atividades que combinem com seu perfil e que colaborem para o resultado geral da equipe – como numa empresa.

“Quando surgiram os jogos vivenciais, havia muita atividade outdoor, de aventura. Tem muita gente hoje em dia com trauma disso. Para os monitores dessas atividades, o dia começa com dez quilômetros de corrida e mais vinte de pedalada. Se pedir para esses caras elaborarem uma prova leve, eles vão fazer o participante correr um quilômetro, nadar 500 metros. Para eles, é leve. Mas um jogo tem que levar em consideração o perfil dos diferentes participantes: o atlético, o calmo, o competitivo, o tímido… Como a gente resolve isso no jogo? Com diversas tarefas. ‘Vocês dois pedalam, porque gostam e podem, enquanto outros cinco fazem uma tarefa mais calma. Quem é bom de negociação, vai conversar com outras equipes etc.’ É ruim quando aparece aquele cara que não participa de atividade nenhuma; mas se isso acontece é culpa nossa e do briefing, não dele.”

A menos que este seja o objetivo

Novamente, tudo volta à definição clara dos objetivos. Às vezes, o objetivo é justamente tirar o participante de sua zona de conforto e provocar discussão.

“Muitas vezes os jogos são pensados para fazer as pessoas se movimentarem. A empresa quer mexer um pouco com o corpo mole, por exemplo, dizer que espera mais do colaborador. Um dos jogos mais curiosos que já desenvolvemos tinha a ver com questões éticas. Uma empresa começou a ver que, na competição do dia a dia, seus vendedores passaram a exibir comportamentos questionáveis. O que a gente fez? Criou um jogo com várias armadilhas éticas. Se uma equipe alcançasse uma soma de pontos acima de um número determinado, era porque fez algo que não deveria ter feito. Então, colocávamos os materiais de cada equipe – barbante, cola, tesoura etc. – muito próximos uns dos outros, fáceis de serem roubados. O jogo também usava dinheiro falso, com notas marcadas, e colocávamos algumas numa sala que ninguém poderia abrir. Quase todos caíram em tentação – e isso motivou a discussão depois.”

Jogos vivenciais: uma brincadeira séria

Os jogos vivenciais têm sua origem nas dinâmicas de grupo – importantes e ainda bastante utilizadas, sobretudo, nos processos de seleção. Uma vez criadas situações fictícias com desafios pontuais e necessidades específicas de interação, avaliadores encontram uma oportunidade de reconhecer diferentes perfis profissionais. Além de permitir escolher os novos empregados, os jogos ajudam a decidir como encaminhá-los às áreas mais condizentes com as suas posturas e tendências. Não demorou muito para que essas mesmas dinâmicas passassem a ser realizadas em outras situações, buscando promover a integração de equipes. “As atividades ao ar livre, como acampamentos e rafting, figuram nas agendas de muitas empresas como categorias de jogos vivenciais integradores e geradores, por exemplo, de capacidade de liderança”, explica Luis Zanin, head da Conquistar, empresa do Grupo Integração.

Um exemplo citado por Zanin aponta para uma equipe de vendas que necessita aprender sobre as características de um produto que acaba de ser lançado. “Se apresentamos um desafio a essa equipe que a leve a identificar e a utilizar as reais potencialidades desse produto, certamente o discurso de venda será mais apropriado, seguro e efetivo”, explica.

Da mesma maneira, os jogos ajudam em processos gerais de aprendizado, como aqueles voltados à assimilação de princípios e valores da empresa. Também podem ser aplicados em ações de treinamento mais específicos. O importante é manter o caráter de desafio e de ludicidade, permitindo aos jogadores experimentarem as etapas, as dificuldades e as conquistas do jogo proposto.

Jogadas especiais com jogos vivenciais

Ao mesmo tempo, a evolução dos jogos vivenciais não tira deles um aspecto importante para atividades de recursos humanos e de processos seletivos. E é justamente aqui que se pode verificar sua capacidade mais dinâmica. É possível criar situações que trabalhem a competitividade de uma equipe por meio de jogos com colocações finais claras e premiação para os vencedores, por exemplo. Mas, se uma equipe está excessivamente competitiva e necessitando aprimorar a capacidade de cooperação, outro jogo, completamente diferente, pode levar o grupo a uma experiência de vitória coletiva ou de premiações em maior escala. “

Trabalhar com jogos vivenciais, atualmente, equivale a criar para atender a necessidades singulares”, explica Zanin. Ainda segundo ele, a elaboração e a execução de um jogo leva em conta, além do objetivo final da atividade, o espaço físico disponível. O tempo reservado para a ação, o público presente e o valor reservado para o treinamento ou da dinâmica também devem ser considerados.

Para dar conta de tantas demandas, não basta apenas ser um profissional com formação em áreas como administração ou psicologia. A criação e execução desses jogos – um mercado em crescimento no país – exige criatividade, desprendimento e mente aberta. “É o espaço profissional perfeito para quem adorava jogar com os amigos na infância e adolescência e nunca abria mão de inventar uma boa brincadeira”, completa Zanin.