Programa de Desenvolvimento de Liderança online com aulas ao vivo

O Programa de Desenvolvimento de Liderança (PDL) da Integração foi lançado em 2012 e já teve mais de 3 mil alunos, de diferentes empresas e segmentos, cidades, estados e até países. Agora, o PDL – Para Líder de Pessoas, Processos e Metas ganhou também sua versão online. As aulas são ao vivo e o curso continua com todo o conteúdo que fez dele um dos mais procurados e bem avaliados da Integração. O curso acontecerá entre os dias 1º e 30 de setembro

“Nós nos empenhamos para construir algo muito similar ao curso presencial. O PDL Online tem aulas online ao vivo e um material de autoestudo completo”, garante Fabio Eltz, head das Escolas de Liderança e de Comunicação. Fabio é um dos professores do curso, cujo time inclui Fernando Cardoso, sócio-diretor da Integração, Meg Chiaramelli, head da Escola de RH e do Núcleo de Coach, e os consultores Vivien Chivalski e Marcelo Carbonari.

Aspectos operacionais do dia a dia no trabalho ainda ocupam muito da rotina dos líderes. A estratégia do PDL, portanto, é fazer a transição do comportamental para o papel de gestor. O curso parte do autoconhecimento, expande a perspectiva da liderança e foca em táticas para desempenho. Durante um mês, com aulas online ao vivo em cada um dos módulos, os profissionais terão acesso a conteúdo sobre feedback, motivação, planejamento, delegação e ainda receberão informações importantes sobre como explorar melhorar o potencial da equipe.

Papel do líder de pessoas, processos e metas

Aspectos que envolvem o papel líder estão no primeiro módulo do PDL. Dessa forma, esse módulo se concentra em três eixos de mudança: como melhorar a forma de administração do tempo, como desenvolver habilidades e como encontrar um novo significado para o dia a dia. Os líderes compreenderão como gerenciar o clima de trabalho, como fazer abordagens positivas em casos de conflito e como tirar proveito da diversidade da equipe. Além disso, os alunos serão expostos a conteúdos que vão ajudá-los a conseguir o alinhamento ideal da equipe para implementar as estratégias da área e da empresa. “O objetivo do PDL é fortalecer a liderança. Nesse momento, em que atravessamos uma pandemia, há ainda mais pressão sobre os líderes para recuperar os resultados. Por isso, um líder forte é essencial para que ele consiga dar conta de todos os desafios que ainda vamos enfrentar”, observa Fabio.

Business Game

O segundo módulo do PDL é o Business Game. Assim, os líderes vivenciarão uma experiência diferenciada. Com o uso do simulador de negócios CAPSTONE, os alunos consolidarão modelos e conceitos relacionados a visão sistêmica, tomada de decisão, trabalho em equipe e liderança. A partir de uma plataforma interativa, com simulação de hipóteses, os alunos vão aprender com suas decisões a construir um planejamento gerencial com segurança.

Autoconhecimento

Nesse módulo, os profissionais terão a oportunidade de descobrir aspectos de sua personalidade e inteligência emocional por meio da ferramenta de assessment WorkPlace BigFive Profile®. Os alunos também vão discutir sobre o estilo de liderança e como isso impacta na relação com a organização. Eles também vão compreender como buscar formas de fortalecer essa maneira de liderar.

Líder coach

Outro módulo do PDL Online aborda o líder coach. Nele, os profissionais terão a chance de conhecer as ferramentas de coaching e aprender sobre perguntas poderosas, capazes de melhorar a gestão e o desenvolvimento da equipe.

Comunicação e feedback

Nesse último módulo do Programa de Desenvolvimento de Liderança Online, os profissionais vão tratar de comunicação e relacionamentos, como melhorar o processo de se comunicar, além de aprenderem tudo sobre o processo de feedback.

Café virtual

Durante todo o curso, os alunos terão acesso a uma sala de café virtual. “Essa sala estará aberta 24 horas por dia. Será um espaço para que as pessoas contem histórias e consigam interagir entre elas, assim como acontece no PDL presencial”, diz Fabio. Os professores acompanharão e participarão das conversas, interagindo, dessa forma, com os alunos durante todo mês.

Mentoria no PDL Online

Uma novidade do Programa de Desenvolvimento de Liderança Online são os momentos de mentoria. Durante o curso, serão três sessões em grupo. “Temos certeza que a mentoria será muito bacana. Tanto os professores quanto os alunos têm muitas experiências para contar e isso vai, sem dúvida, enriquecer os temas que vamos discutir no curso”, afirma Fabio.

Sala de aula invertida: entenda como funciona e experimente

Por Meg Chiaramelli, head da Escola de RH e do Núcleo de Coaching da Integração

Pense em uma sala de aula na qual um professor fala e explica os conceitos o tempo todo. Como os alunos se sentem? Em seguida, imagine uma proposta em que os alunos estudam os conteúdos antes da aula, por meio de vídeos, textos e artigos sobre o assunto em pauta, e também fazem exercícios individuais – onde estiverem, fora da sala de aula – que incitem a reflexão sobre o tema e aumentem o engajamento de cada aula. Esse é o modelo que está por trás do conceito de sala de aula invertida. 

A implementação da sala de aula invertida – ou flipped classroom, em inglês – foi introduzida em 2007 pelos professores americanos Jon Bergmann e Aaron Sams numa escola do Colorado, nos Estados Unidos. O conceito de sala de aula invertida não significa a eliminação do espaço convencional, mas torna o momento de encontro entre professores – ou consultores de treinamento – e alunos em algo voltado para o esclarecimento de dúvidas, o compartilhamento de exemplos e cases e também para a prática ou a correção de exercícios. Dessa forma, o professor é muito mais ativo e tem o papel de estimular os alunos. Ele deixa, então, de exercer a função de uma pessoa que sabe tudo, um expositor, e passa a ser um tutor que esclarece, apoia e incita o aprendizado. 

O que propõe o modelo de sala de aula invertida 

Como o nome sugere, o modelo propõe inverter o método de ensino tradicional, em que o aluno atua passivamente, apenas ouvindo o professor. O método proporciona aulas menos teóricas e mais participativas, já que os alunos são estimulados a refletir sobre o conteúdo. A sala de aula invertida permite ainda que o conhecimento e a disponibilidade do professor sejam mais bem absorvidos e aproveitados. 

Nas aulas do Programa de Desenvolvimento de Liderança (PDL), eu aplico o conceito com algumas variações, ou seja, incentivo os alunos a buscar informações durante a aula. Com tantos recursos disponíveis na internet, podemos aplicar diversos conteúdos em sala, inclusive durante a aula. O princípio é o mesmo. O professor lança uma pergunta e faz com que os alunos pesquisem, conversem e façam uma apresentação associando com o que eles já viram, viveram ou ouviram falar. 

Passei a utilizar essa estratégia porque o PDL possuía uma parte muito teórica, e os profissionais se dispersavam facilmente. A princípio, eu disponibilizava 30 minutos para a pesquisa, mas nunca era suficiente, porque eles queriam ler mais, ver mais vídeos, discutir e contar suas experiências. Eles também ficavam eufóricos com a apresentação. É impressionante a participação dos alunos, a criatividade com que apresentam e a riqueza de cases que trazem.

Talvez você imagine que as apresentações sejam maçantes, pois todos os grupos vão falar sobre o mesmo assunto, e os conteúdos não variam tanto assim. Mas eu garanto que isso é ótimo! A dinâmica e a diversidade das apresentações não deixam o tema monótono. Além disso, a repetição do que é marcante é fantástica para fixar o conteúdo. No fim da aula, eu pergunto a eles o que fixaram do tópico discutido e eles sempre afirmam que entenderam todo o conteúdo.

A eficácia da sala de aula invertida

Existem pesquisas que mostram a eficácia da sala de aula invertida. Uma delas, feita pela Universidade de British Columbia, no Canadá, apontou que o método aumenta em 20% a presença em sala de aula e em 40% a participação nas aulas. As notas dos alunos também melhoraram − segundo o levantamento, elas foram o dobro das notas dos alunos que não utilizaram o método. A Universidade Harvard, nos Estados Unidos, também tem estudos que demonstraram ganhos de 49% a 74% desse modelo em relação ao método tradicional.

É comum o aluno se dispersar durante as aulas teóricas e logo utilizar o celular, muitas vezes para checar ou complementar o que está ouvindo. O que podemos fazer é justamente nos antecipar e introduzir essa curiosidade, essa vontade de pesquisar, ao método tradicional. Em vez de chamarmos a atenção dos alunos que estão na internet ou em algum aplicativo de mensagens – o que mostra que o tema da aula não é interessante para ele –, devemos transformar a internet num aliado. Dessa forma, o aluno se torna o centro da atividade e a aula fica mais prazerosa. Como ganho, há o estímulo ao raciocínio, já que os alunos vão aprender sobre o conteúdo de maneiras diversas e estarão incentivados a buscar exemplos da vida real para demonstrar a teoria. Eles participam muito mais ativamente do processo de aprendizagem.

No momento da apresentação dos alunos, o professor pode anotar os principais tópicos no quadro, fazendo um roteiro ou mapa mental. Eu sempre faço mapa mental e, cada vez que o grupo repete o mesmo tópico, grifo com uma cor diferente. No final, as palavras mais importantes ficam destacadas e evidentes, o que acaba gerando mais discussões.  

Vença a resistência e experimente a sala de aula invertida

Há algumas resistências por parte de professores mais tradicionais, talvez por perceberem que o seu papel tem menor relevância nesse contexto. Porém, devemos entender que o que define a efetividade do professor é a capacidade de assimilação do conteúdo pelo aluno. 

Os tempos mudaram, as pessoas se transformaram, as fontes de dispersão são muitas e o professor ou consultor de treinamento têm de ser criativos e introduzir formas diversificadas de gerar interesse e participação. Ser criativo é deixar de olhar a maneira como fomos educados como a melhor e quebrar alguns paradigmas. E nem sempre a escola ou a empresa – no caso dos cursos e treinamentos voltados para os colaboradores – estão preparadas para isso. 

Um exemplo de aplicação do conceito de sala de aula invertida

Muitas vezes fui criticada não apenas por utilizar o método da sala de aula invertida, mas também por usar artimanhas pouco convencionais, como levar grupos de profissionais para um passeio de barco no rio Tietê. Nessa experiência, os profissionais chegavam ao “porto”, que ficava embaixo do Cebolão (conjunto de pontes e viadutos que liga a Marginal Tietê, a Marginal Pinheiros e a rodovia Castelo Branco, em São Paulo), de olhos vendados. Nesse espaço acumulava-se muita sujeira, e o cheiro era insuportável. Depois que o grupo entrava no barco, falávamos sobre sustentabilidade e meio ambiente. O objetivo era sensibilizar os participantes, criar consciência neles e fazer com que pensassem nas consequências de suas decisões no dia a dia no trabalho e também em casa. 

O debriefing feito depois da expedição era emocionante e observamos mudanças na rotina da companhia. Houve ainda outro ganho: muitos colaboradores que não gostavam de participar de “treinamentos” nem de “aulas” passaram a ligar insistentemente para o RH para que fossem inseridos nas turmas. Isso aconteceu porque quem participava contava entusiasmado para os demais que havia experimentado algo inusitado e marcante, sem dar detalhes. Foi um sucesso a iniciativa.     

Com esse exemplo, finalizo reforçando o convite para que você, professor ou consultor de treinamentos, ponha em prática o método da sala de aula invertida. Ainda que comece em pequenas doses, você vai sentir a diferença. Eu não tenho dúvida de que é a melhor abordagem para uma aula estimulante e um aprendizado efetivo.
 

Como enfrentar os dilemas da liderança

Por Fabio Eltz, head das Escolas de Liderança e de Comunicação da Integração

Minha experiência no treinamento de líderes no Programa de Desenvolvimento de Liderança da Integração acentuou uma percepção que eu já possuía — a de como o dia a dia de alguém que lidera uma equipe é cheio de dilemas. O dicionário da língua portuguesa deixa claro que dilema é uma conjuntura difícil em que não há uma opção satisfatória. Por isso, a impossibilidade de achar uma saída certeira para os dilemas da liderança que se vivenciam e ter de decidir entre opções contraditórias torna a realidade do líder muito complicada. 

Com base no meu convívio com líderes de diferentes setores, eu reuni neste texto alguns dos principais dilemas da liderança apontados por eles. Ainda que não vá dar aqui uma receita de como solucionar cada dilema, acredito que o primeiro e mais importante passo é pensar sobre eles. É sempre oportuno lembrar que não fazer nada já é uma decisão que também terá consequências. 

Dilema 1: perfil da equipe

O primeiro dilema que destaco é sobre o perfil da equipe. Já parou para pensar, como líder, se você sabe quais características quer para seus colaboradores? Você quer ter ao seu lado grandes realizadores, pessoas com capacidade técnica e operacional, ou prefere potenciais líderes que possam questionar, criticar e inovar a área? 

Todas as equipes têm metas para entregar e, obviamente, é sempre muito bom ter profissionais com capacidade de realização por perto. Ao mesmo tempo, a área precisa crescer e para isso necessita de gente com visão no futuro. Você deve estar se perguntando se é possível achar um ponto de equilíbrio.

Dilema 2: qual o foco do líder?

O segundo dilema que trago é: o líder deve focar no trabalho de gestão e liderança ou nas contribuições técnicas e operacionais que pode fazer? Alguém que se tornou líder há pouco tempo deve ainda estar apegado às questões técnicas e quer continuar contribuindo, na parte operacional, com a entrega de resultados. No entanto, ele não demora para perceber que a gestão está ficando de lado. Por sua vez, aquele líder que gasta tempo em reuniões, conversa sempre com todos da equipe para dar feedback e treinamento sente-se mal ao ver que está protelando os aspectos operacionais. Decidir para que lado seguir é ou não é um baita dilema?

Aos poucos, o líder conclui que, ainda que ele se dedique ao operacional, ele não consegue acompanhar todos os processos. A única saída é confiar na equipe. Quando perguntado sobre o andamento de alguma tarefa, por mais que tenha indicadores, métricas e relatórios, muitas vezes ele terá de recorrer aos liderados para dar uma boa resposta ao seu diretor. Aqui fica, então, o terceiro dilema: para eu ter uma equipe em que posso confiar, devo ser um líder que adota o esquema de comando e controle ou será melhor ser alguém mais liberal? 

Dilema 3: estratégia ou demandas diárias?

O último dilema que quero abordar é do tipo que percorre o pensamento de todos os líderes: devo manter o interesse em questões estratégicas ou atender às demandas do dia a dia? Com tanta cobrança e metas a serem atingidas, parece impossível conciliar as entregas com o desenvolvimento de uma visão estratégica, capaz de traçar o cenário para a área no curto, médio e longo prazo. Se o líder tira muito tempo para desenhar estratégias, sente que precisa focar nas metas e não pode deixar nada atrasar. Se dá toda a atenção ao resultado esperado para a área, vê-se culpado e despreparado para enfrentar o futuro. É possível solucionar esse dilema?

Como afirmei no início, até citando a definição do dicionário, um dilema não tem uma resposta certa nem definitiva. São questões que vão nos rodear o tempo todo. A nossa única saída é não ignorar nenhum dilema. O primeiro passo para enfrentá-lo é entendê-lo em sua profundidade e mapear as alternativas possíveis e pesar cada uma delas. Por exemplo, se decido investir mais em estratégia, tenho como vantagem vislumbrar o futuro e me desenvolver. Como desvantagens, tenho a dificuldade da tarefa e o tempo consumido. Se, por outro lado, decido focar no atendimento às demandas operacionais, terei como vantagem as metas atingidas. As desvantagens para esse caso serão a falta de preparo para o futuro reservado à área. 

A importância de mapear os dilemas

Delimitar as opções que os dilemas da liderança apresentam não significa encontrar uma resposta fácil. Mas é um passo importante, pois permite a tomada de decisão consciente sobre para que lado caminhar e, ainda, a possibilidade de pôr um pé em cada lado. Com a clareza sobre a decisão tomada, o líder conseguirá negociar com o seu gestor o caminho escolhido.

Os dilemas fazem parte da vida. O importante é medir os riscos e as consequências e escolher uma direção que parece mais viável. Tenha em mente que é importante aprender a lidar com os dilemas, sem perder de vista que o cérebro é capaz de conviver com soluções antagônicas e de buscar a melhor saída entre elas.

Seja um líder estratégico

Por Fabio Eltz, head das escolas de Liderança e de Comunicação da Integração

Como professor no Programa de Desenvolvimento de Liderança (PDL) e nos cursos in company realizados pela Integração, no Brasil e no exterior, ouço com frequência das lideranças sobre a dificuldade de desenvolver uma visão estratégica. Os líderes sentem orgulho por tudo o que estão fazendo, mas têm consciência de que estão muito focados no operacional, resolvendo problemas e emergências que surgem. Muitas vezes, eles se sentem culpados por não conseguirem pensar estrategicamente. 

Esse não é um dilema somente dos líderes. As empresas, de modo geral, querem que suas lideranças mirem o futuro e busquem soluções para desenvolver suas áreas. No entanto, para serem competitivas no mundo dinâmico em que vivemos, elas precisam focar em metas. Diretores e altos executivos de empresas com os quais converso sempre me dizem que gostariam que suas lideranças fossem mais estratégicas sem deixarem de lado os resultados. A lógica é essa: é preciso fazer as duas coisas. 

Ser estratégico exige tempo

No PDL, temos uma atividade em que peço aos líderes para colocarem no papel o quanto eles gastam de tempo para fazer as tarefas rotineiras, resolver emergências e pensar em estratégias. Esse momento do curso é dramático. Todos sabem que trabalham bastante para resolver problemas que surgem a toda hora, mas quando enxergam isso no papel, é um choque. Eles veem que não estão conseguindo dedicar quase nada, ou nada, do tempo para ter ideias que façam a área crescer. Aqui entra feedback para a equipe, ações para desenvolver os liderados, análise e busca de solução para um problema recorrente, planejamento, benchmarking. Ou seja, essa parte nobre do trabalho, que é pensar o futuro, acaba ficando prejudicada.

Sabemos que é complicado dividir o dia para ter tempo apenas para sentar e elaborar ideias. Sempre aconselho que a maneira de começar e tentar transformar o momento de pensar estratégias em hábito é pegar uma caneta e uma folha em branco e se isolar em uma sala ou no jardim da empresa, longe do e-mail, dos telefones e do WhatsApp. Se estamos conectados, os problemas nos acham e não conseguimos dedicar nem cinco minutos na prática de pensar estrategicamente. 

É preciso, portanto, ter vontade e disciplina para começar. Não será num único dia que alguém sairá com um planejamento pronto para sua área. Será necessário, como coloquei acima, tornar essa tarefa um hábito. Se consigo me concentrar bem por meia hora, vou repetir esse tempo na próxima semana e assim por diante.

Pode ser que a primeira vez em que o líder pare para pensar e veja a folha em branco na sua frente, não saiba o que fazer. Ele vai lembrar que deixou o celular na mesa, vai se preocupar com o e-mail e ainda vai achar que surgiu alguma emergência que só ele pode resolver. Mas é preciso ser determinado e focar no tempo delimitado para a tarefa de se tornar um líder estratégico. Em pouco tempo, já será possível enxergar mais claramente o futuro do setor, o que é preciso fazer, como funcionará melhor, quais os colaboradores merecem atenção quanto ao desenvolvimento etc. Depois de um tempo, esse momento será desejado. 

Abrir a mente para ser estratégico 

Além de disciplina, o líder deve buscar experiências diferentes para abrir a mente. Imagine como os fundadores da Uber ou do Airbnb conseguiram enxergar nichos de negócios tão inovadores quanto ao que já existia. Eles pensaram estrategicamente e, sem dúvida, tinham a mente aberta e arejada. 

O líder tem de expandir o olhar, conhecer experiências distintas da sua. Não digo apenas saber o que a concorrência tem feito, mas estudar cases de outros segmentos. Por exemplo, alguém que é da área de metalmecânica, deveria estudar cases da área de saúde ou de serviços. O que os outros setores estão fazendo, como estão crescendo? Por que determinada empresa cresceu e outra, que estava no ranking das maiores da Forbes, faliu?

Ter uma visão estratégica exige um exercício diário que não deve se restringir aos momentos dedicados a pensar sobre o futuro da área que lidera. É possível aproveitar o trajeto no táxi – ou na Uber – para uma leitura rápida, analisar um comercial enquanto assiste à TV, fazer networking com líderes de outros setores etc. Problemas que surgem de fatores conhecidos serão resolvidos com facilidade apenas utilizando o pensamento racional. Mas este é insuficiente quanto se trata de fatores desconhecidos que vão se acumulando de forma exponencial. Por isso, é preciso estar atento ao que acontece no mundo e abrir a mente para se ter uma visão estratégica.

Aprenda de vez a dar feedback

No mundo corporativo, uma das palavras mais utilizadas tem origem na língua inglesa: feedback. Todo mundo já sabe seu significado, mas, não raro, líderes têm dúvidas sobre como dar feedback para seus liderados. “No nosso Programa de Desenvolvimento de Lideranças (PDL), temos um momento para abordar o tema. Sempre que chega nessa parte do curso, os profissionais destacam o quanto ter de dar feedback os preocupa”, conta Fabio Eltz, head das escolas de Liderança e Comunicação da Integração. “Nossa origem latina nos faz colocar muita emoção em cima de momentos como o de conversar com alguém sobre o desempenho dele no trabalho. Há o medo de ser mal interpretado, de não saber falar ou ainda da reação do outro. Não precisa ser assim”, observa Fabio.

Não à toa, o feedback é considerado uma ferramenta de gestão de desempenho. E é assim que deve ser visto. Ele faz parte das atribuições do gestor, que deve entender que a qualidade e a quantidade de feedbacks dados à equipe vai impactar na sua relação com ela. “Essa conversa pode acontecer sempre, depois de alguma situação pontual, ou quando algum comportamento está comprometendo o desempenho do colaborador. O ideal é não deixar tudo somente para aquele feedback anual e oficial da empresa”, afirma Fabio. “A ausência é que não pode ocorrer, pois isso impacta na produtividade, na motivação e até na autoestima dos profissionais”, alerta. 

Vantagens do feedback

“Costumo dizer que o feedback é um elogio ao potencial. Quer dizer, se o chefe tirou tempo para apontar em que devo mudar e me desenvolver, é porque acredita que tenho potencial para ir além”, diz o head da Integração. A prática traz ainda muitas vantagens para o ambiente de trabalho. Veja o que aponta Fabio:

  • Ajuda no desenvolvimento profissional.
  • Aumenta o autoconhecimento de quem recebe.
  • Contribui para o processo de amadurecimento pessoal e profissional.
  • Aprimora as relações interpessoais.
  • Estimula a confiança e a transparência.
  • Melhora o desempenho e impulsiona o comprometimento.
  • Incentiva a motivação e a produtividade.
  • Leva a um gerenciamento para atingir objetivos.
  • Impulsiona o controle emocional e a assertividade.

Regras gerais para o feedback

Antes de se reunir com o profissional para esse momento, o líder deve se planejar. O primeiro passo é analisar bem a situação e como falar sobre ela. E a dica de ouro, oferecida por Fabio, é utilizar a ferramenta SBI:

SituationBehaviorImpact 

ou, em português: 

SituaçãoComportamentoImpacto

Essa é a maneira de garantir que está sendo específico, descrevendo o que houve e merece atenção, sem cair em suposições ou intenções. 

Pense nessa situação: Quando alguém diz: “você foi agressivo e fiquei chateado”. A agressividade do outro não é um comportamento, mas, sim, a impressão que o interlocutor teve. “É preciso descrever a situação: Por exemplo: ‘Estávamos falando sobre o projeto e você levantou o tom de voz e, em seguida, bateu na mesa. Isso me incomodou e acabamos não discutindo como deveríamos’. Aqui descrevemos a cena, o comportamento que ocorreu nela e o que ele causou. Deixamos de dar um adjetivo, algo mais genérico, para mostrar como aquela atitude teve impacto na reunião”, explica Fabio. 

Outras dicas que podem ajudar na hora do feedback:

  • Escolha um ou dois pontos em que o profissional possa se concentrar. Se forem apresentados muitos aspectos de uma vez, ele pode se perder.
  • Seja oportuno, ou seja, não deixe passar muito tempo quando ocorrer algo que precisa ser dito e refletido.
  • Fale sempre de comportamentos e atitudes, nunca de pessoas.
  • Lembre-se que feedback é comunicação, portanto, não comece o diálogo já tendo certeza sobre a conclusão.
  • Compartilhe ideias e informações e não dê conselhos.
  • Explore alternativas e não perca energia em busca de respostas e motivos.
  • Concentre-se nas informações que o colaborador possa usar, não naquelas que você gostaria de oferecer.
  • O feedback também inclui destacar pontos positivos. Não se esqueça deles, mas siga a mesma regra: seja objetivo e mostre o porquê do elogio.

Com essas dicas em mãos, ponha em prática o feedback com sua equipe. 

Para saber detalhes sobre o Programa de Desenvolvimento de Lideranças (PDL), clique aqui.

Na Integração, há também o curso Feedback como Ferramenta para Gestão de Desenvolvimento. A próxima turma é em junho. Veja as informações aqui.

Para mais informações, fale com nossa Equipe de Relacionamento pelo telefone (11) 3046-7878 ou pelo e-mail [email protected]