As emoções em tempos de adversidade

Por Edson Herrero, head da Escola de Secretariado e do Assessment Center da Integração

O universo do trabalho testa nossas emoções, sobretudo em cenários de competitividade, excelência, cobrança por qualidade, prazos apertados, competências e habilidades sendo postas à prova. Não bastasse tudo isso, agora temos um desafio maior: equilibrar a já conhecida tensão emocional com a questão da saúde fisiológica em tempos de covid-19. Neste artigo, trago alguns reflexões sobre como lidar com as emoções em tempos de adversidade.

Organização Mundial da Saúde (OMS), faz algum tempo, vem chamando a atenção sobre as novas doenças ocupacionais. Elas migraram de sintomas meramente ergonômicos para patologias graves (agudas ou crônicas), em tempo real e realista no mundo organizacional. Mas como o trabalho não pode parar, temos driblado tais patologias como podemos com as drogas lícitas, como os medicamentos controlados. Há um exército de pessoas que literalmente se droga para ter algum tipo de bem-estar e lucidez, atributos que exigidos para qualquer profissional em atividade. 

Nossa performance é avaliada o tempo todo, do mesmo modo que nossas entregas e habilidades. Temos de lidar com responsabilidades, preciosismo, controle do tempo, marketing pessoal, além de desenvolver a capacidade de trabalhar em equipe, sermos multifuncionais e específicos, simultaneamente. Realmente estamos numa curva perigosa da psicodinâmica do trabalho em que não sabemos bem como lidar com as emoções em tempos de adversidade. Sobre isso, leia Christophe Dejours, psiquiatra francês, doutor em medicina, especialista em medicina do trabalho e em psiquiatria. É considerado o pai da psicodinâmica do trabalho.

O ambíguo resultado do trabalho 

O trabalho e suas relações deveriam nos proporcionar momentos de prazer e realização, além, é claro, de subsidiar a existência material, e não o inverso. O que temos visto por um lado são pessoas descontentes com suas escolhas profissionais, reféns da existência e da subsistência, e de outro as cobranças naturais e intrínsecas das organizações, que precisam sobreviver num cenário acirrado, competitivo, rápido, ágil, acelerado e extremamente dinâmico. Num panorama assim, é quase impossível que não haja deterioração das relações interpessoais e da inteligência emocional. 

Em 2013, eu atendia uma organização de grande porte em programas de desenvolvimento para média e alta liderança. Em determinado momento, passei a perceber que os efeitos das tratativas em sala de aula não eram suficientes para dirimir as queixas (em sua maioria veladas, por se tratar de uma situação de sala de aula convencional). Diante disso, sugeri ao board do RH que experimentássemos uma abordagem mais invasiva, de caráter psicoterapêutico e grupal, com base na psicoterapia breve (PB), que tem foco no problema. A empresa topou minha sugestão e passamos a fazer sessões semanais de uma hora e meia de duração com os times. Os resultados colhidos após quatro meses de encontros com aqueles grupos foram surpreendentes. As relações pessoais e interpessoais, horizontais e verticais, melhoraram qualitativamente, o clima de trabalho ganhou novos ares e observamos um significativo ganho de motivação. Como consequência, houve o aumento da produtividade.

Ideias para lidar com as emoções em tempos de adversidade

Como resolver essa equação do trabalho? Se de um lado suas relações podem levar a profissionais saudáveis, física e psicologicamente, o que é imprescindível para o sucesso de qualquer negócio, por outro, em muitos casos, comprometem o desempenho e a entrega, produzindo patologias nas pessoas, como gastrite, insônia, aumento ou perda de peso, alcoolismo, drogadição e depressão, que foi a doença da década de 1990 e segue firme nos anos 2000, acompanhada de todos os “ites” − rinites, faringites, laringites, sinusites, labirintites, otites, conjuntivites. E, claro, as enxaquecas, que prostram as pessoas. E há ainda as síndromes do pânico, de Burnout, da intolerância e outras mais. Ou seja, mais uma vez destaco que isso é resultado da falta de preparo para lidar com as emoções em tempos de adversidade.

Como profissional de saúde mental que convive com os dois universos, eu posso sugerir alguns caminhos para que o trabalho e suas relações não se tornem geradores de doenças e que os profissionais saibam lidar com as emoções em tempos de adversidade: 

  • Autoconhecimento. Quanto mais e melhor nos conhecemos, mais aprendemos a lidar com nossas limitações de maneira saudável, ou minimamente saberemos quando gritar e pedir ajuda na hora certa.
  • Identifique qual é seu nível de resistência emocional, considerando que você não é super-herói.
  • Compreenda quando seu trabalho deixou de ser fonte geradora de prazer e passou a ser fonte de dor e sofrimento.

A importância da escolha profissional

Durante minha especialização na PUC-SP (entre 1997 e 1998) em “Orientação profissional e vocacional”, vi muitas pessoas buscando reorientação profissional aos 45, 50 anos de idade. Elas estavam num caminho perigoso e sem volta no que dizia respeito tanto à saúde emocional quanto à física, em razão de uma carreira ou profissão não mais reparadoras do ego (eu). Para a psicanalista austríaca pós-freudiana Melanie Klein, o trabalho deve ser algo reparador, ou seja, que dignifica, gera prazer em sua realização e entrega, bem-estar, saúde mental e física, e nunca doença para o ego. Esse cenário levou a PUC-SP, já naquela época, a estender forte atuação de orientação profissional e vocacional para os adolescentes. A ideia era agir profilaticamente, na tentativa de formar adultos com carreiras mais bem direcionadas, visando o prazer pelo trabalho e menos sofrimento. 

Tenho visto muitos programas de trainees que tratam esses jovens talentos de maneira superficial, impregnando neles a ideia de um mundo de sucesso e recompensas rápidas, de visibilidade ímpar a qualquer prova, de projeção inequívoca no mundo corporativo etc. Esses programas, no entanto, pouco ou nada estão preocupados se esse ou aquele jovem está realmente disposto a pagar esse preço. Muitos jovens fazem escolhas profissionais equivocadas, o que produz adultos patológicos, sem vida, sem prazer nem motivação. Eu recebo depoimentos em sala de aula (durante treinamentos, capacitações, workshops) de jovens que, aos 25 anos, já tomam regularmente medicamento para pressão alta. Sinceramente, isso não é normal.

O papel das organizações

Outro dia, num programa in company de 16 horas sobre inteligência emocional, no primeiro intervalo do dia, ainda pela manhã, um rapaz de 23 anos me chamou de lado e, quase chorando, disse não estar mais suportando as pressões do dia a dia. De maneira remediada, em pé, ali na sala de aula, tive um papo com ele de dez minutos e o orientei naquilo que estava ao meu alcance. Esse rapaz foi fisgado por algo que eu disse nas primeiras duas horas de conteúdo. E os outros tantos que não se manifestaram e continuam até hoje com suas mazelas? Como estão no trabalho? Como estão na vida pessoal, nas relações? Estão conseguindo dormir bem? 

As organizações poderiam oferecer ajuda psicoterapêutica grupal a seus colaboradores, criando fóruns permanentes para dissipar os sentimentos não nobres que uns passam a nutrir pelos outros em razão de tudo já citado anteriormente. Dessa forma, promoveriam ambientes menos tóxicos. 

Vamos todos nos debruçar sobre essa causa para melhorarmos − a nós mesmos − e, assim, tornar mais saudáveis as relações de trabalho?

O profissional de secretariado como gestor de resultados

No dia 30 de setembro, comemoramos o Dia do Profissional de Secretariado. Nos últimos 30  anos de história do profissional de secretariado, pudemos registrar, a cada setembro, conquistas significativas em relação à formação, organização, valorização, visibilidade nacional e internacional, evolução e atribuições do perfil. Temos certeza também que, gradativamente, fica mais evidente o quanto esse profissional contribui para os resultados empresariais pela posição estratégica que ocupa, ao lado dos níveis decisórios, como ponte entre clientes externos, internos, superiores, pares, entre outros. 

Um dos desafios recentes é mensurar e dar visibilidade aos resultados gerados por ele. Entre aqueles que atuam diretamente envolvidos com o “produto ou o serviço fim das empresas”, é mais fácil enxergar o que foi realizado. Quem atua na gestão ou na prestação de serviços, gerando resultados indiretos, têm mais dificuldade de mensurar os resultados, bem como de dar forma e cor para os assessorados e demais áreas da empresa.

Um dos desafios recentes é mensurar e dar visibilidade aos resultados gerados por ele. Entre aqueles que atuam diretamente envolvidos com o “produto ou o serviço fim das empresas”, é mais fácil enxergar o que foi realizado. Quem atua na gestão ou na prestação de serviços, gerando resultados indiretos, têm mais dificuldade de mensurar os resultados, bem como de dar forma e cor para os assessorados e demais áreas da empresa.

A força da equipe de apoio

Como exemplo tem mais força do que palavras, vamos àquele que, na nossa opinião, retrata com fidelidade a importância de quem está na equipe de apoio. Pense numa corrida de Fórmula 1. Os protagonistas do “produto fim” são representados pelo carro e pelo piloto, e os atores dos resultados indiretos estão na equipe do pit stop. Por melhor que seja o carro e o piloto, se a equipe do pit stop falhar, todo o resultado da corrida será comprometido. O cenário da Fórmula 1 está presente diariamente nas empresas. Os gestores tomam decisões, fecham negócios, desenham o planejamento, entre tantas outras ações, mas dependem do suporte qualitativo e profissional dos secretários  para subir ao pódio.

Enriquecem essa analogia dois indicadores de resultado, em que a atuação do secretário é decisiva:

  • Atendimento ao cliente.
  • Gestão do tempo e da energia dos líderes e gestores.

Para exemplificar o primeiro, vamos resgatar uma afirmação feita pelo Comandante Rolim, ícone da qualidade do atendimento ao cliente, além de  executivo visionário e vitorioso empreendedor: “Fazemos negócio com quem nos atende bem”.

O secretariado por trás da excelência no atendimento 

Esse pré-requisito para o “fechamento do negócio” é feito pelo profissional de secretariado. A qualidade do atendimento não envolve apenas atender, identificar a empresa, saber os dados do interlocutor.  Implica em todo o processo que faz o cliente sentir-se bem-vindo e ter a certeza de que será encaminhado para a pessoa certa, no tempo desejado, bem como terá um acompanhamento no começo, meio e fim, além de uma solução, resposta ou informação à sua necessidade.

Visualize agora a mensuração: quantos atendimentos com esse grau de exigência são feitos diariamente, por semana, mês ou ano em todas as empresas? Logo, o profissional de secretariado é coparticipante dos expressivos resultados decorrentes da excelência no atendimento.

A gestão da atenção e o profissional de secretariado 

Passemos agora ao segundo indicador. Para justificá-lo, temos a proposta apresentada no livro “A economia da Atenção”, de Thomas Davenport e John C. Bech, que afirmam que o novo diferencial de valor nos negócios é a economia da atenção. Os autores dizem que, nessa nova economia, são fatores abundantes capital, trabalho, informação e conhecimento. O fator escasso é a oferta de atenção humana. Eles alertam que a banda larga em telecomunicações não é problema, mas a banda larga humana é algo raro. 

A atenção é a verdadeira moeda dos negócios e dos indivíduos. Quem conseguir gerenciar a atenção vai, com certeza, aumentar a vantagem competitiva como pessoa, profissional e contribuir para otimizar a produtividade  da empresa em que atua.

Pensemos um pouco na realidade atual de um grande executivo. Ele é bombardeado por um volume cada vez maior  de informação, seja pela internet,  telefone, WhatsApp, Skype, por meios físicos etc. Some-se a isso a grande demanda de pessoas que o procuram: clientes externos e  internos,  sua equipe,  seus pares, seus superiores. Sem falar no número de reuniões, viagens, eventos. Para gerar resultados, o executivo precisa colocar a sua atenção no que é  realmente relevante  para o negócio. 

É necessário que faça parte do seu time um profissional que gerencie todo esse volume de informações, contatos e processos, encaminhando-lhe exclusivamente o que é significativo e importante, redirecionando os demais para outras áreas da empresa. É o profissional de secretariado que faz tudo isso com muita maestria. Agrega o diferencial do realizar, sob medida, adequando ao perfil do gestor, em sintonia com as prioridades e circunstâncias do negócio. 

Mais do que administrar o tempo do executivo e ajudar a monitorar objetivos e metas, o profissional de secretariado faz a importante gestão da sua energia e da sua atenção. Imagine o que significa em resultados “poupar a energia” dos homens mais caros da organização e  “economizar horas” do cotidiano para que eles possam priorizar o mais importante para core business da empresa. Jim Loehr e Tony Schwartz dizem no livro “The Power of Full Engagement” ”que o gerenciamento da energia e não do tempo é a chave para o alto desempenho e a renovação pessoal.”

Nesse artigo comemorativo pelo Dia do Profissional de Secretariado destacamos esses dois indicadores, mas eles se estendem a uma gama maior de atividades e atribuições, que facilitam a vida dos gestores e das empresas, otimizando resultados, processos e relacionamentos. Parabéns a todos os profissionais de secretariado pela constante evolução.

Bete D’Elia, coach, palestrante e consultora da Integração 

Você tem mais razão ou emoção?

Quero começar fazendo você pensar:

  1. O que custa não ter atitudes adequadas e emocionalmente inteligentes hoje em dia?
  2. O quanto vai lhe custar no futuro?
  3. Já parou para refletir sobre como as suas atitudes o afetaram positiva ou negativamente no passado?
  4. Até onde o seu QI vai levar você?

Pensou? Agora vou falar sobre algumas coisas que tenho ouvido pelo mercado:

  • Empresas alegam encontrar profissionais com boa formação técnica, porém faltam a eles habilidades sociais, habilidades de lidar com as emoções.
  • Cresce o número de universitários, mas recrutadores reclamam da falta de habilidades comportamentais.
  • Pesquisas alertam que só o Q.I. não é suficiente para obter sucesso e felicidade. É necessário também I.E. (Inteligência Emocional).

Os exemplos são inúmeros. Seja na relação entre pessoas, no âmbito interpessoal, seja no âmbito da relação das nossas próprias motivações, dos nossos comportamentos e emoções para com o nosso próprio “eu”, ou seja, as relações intrapessoais.

A manifestação de um comportamento ou atitude, bem como a sua variação de intensidade, é fruto de processos intelectuais e emocionais. Antes de mudar um comportamento e/ou desenvolvê-lo, é necessário mudar os “esquemas mentais e emocionais” envolvidos.

Segundo estudos de um psicólogo de Harvard, o PhD Daniel Goleman, Inteligência Emocional é o uso intencional das emoções agindo a nosso favor, e com isso produzindo resultados positivos.

Por meio de pesquisas, Daniel constatou que os profissionais mais bem-sucedidos não eram os de maior QI, nem mesmo os de currículo mais brilhante, e sim os que exibiram maior capacidade de relacionamento e administração de conflitos, capazes de enfrentar situações novas ou de crise.

Ao contrário da inteligência racional (pensamento lógico e abstrato, medido por meio dos testes de QI – Coeficiente de Inteligência), que permanece praticamente a mesma ao longo de nossas vidas, a Inteligência Emocional pode ser aprendida e aperfeiçoada em qualquer momento.  

Emoção e razão devem caminhar sempre juntas! Por isso, deixo aqui uma dica para finalizar nossa conversa. Invista no desenvolvimento da sua inteligência emocional. Vale a pena! Afinal, atitudes adequadas trazem ganhos e atitudes inadequadas trazem custos. Entre o que acontece comigo e minha reação ao que acontece comigo, há um espaço. Neste espaço, está minha capacidade em escolher respostas e definir meu destino. Nós não conseguimos deixar de sentir, mas podemos decidir e escolher o que fazer com o que sentimos.

Eduardo Ribeiro é professor da Integração Escola Negócios, onde ministra o curso Inteligência Emocional e Influência. Clique aqui e conheça o programa do curso.

Entenda o que é psicodinâmica do trabalho

Em entrevista, o professor Edson Herrero fala sobre como a Psicodinâmica está presente nas relações e sua importância na saúde e equilíbrio da empresa.
BLOG: Professor Edson, explique para nós: o que é Psicodinâmica do trabalho?

EDSON HERRERO: De acordo com Dejours (2004), a Psicodinâmica do trabalho é uma disciplina clínica que se apoia na descrição e no conhecimento das relações entre trabalho e saúde mental. Uma disciplina teórica que se esforça para registrar os resultados da investigação clínica da relação com o trabalho numa teoria que prioriza a pessoa. E que engloba, ao mesmo tempo, a psicanálise e a teoria social.

BLOG: Como funciona essa relação pessoa-trabalho?

EDSON HERRERO: A disciplina estuda exatamente a saúde existente ou não nessa relação. A Psicodinâmica sempre vai existir, independentemente de ser saudável ou não, de provocar prazer ou desprazer. É claro que todos nós esperamos ter prazer quando trabalhamos com pessoas, processos, métodos ou sistemas. No entanto, é muito comum encontrarmos situações de desprazer em toda e qualquer relação de trabalho, seja com pessoas, seja com os elementos desse trabalho. Sobretudo porque as pessoas (muitas vezes) não se identificam com aquilo que fazem, o que gera dor e sofrimento psíquico. Para Melanie Klein, a identificação com o trabalho escolhido gera reparação de decepções e traumas.

BLOG: A Psicodinâmica é muito usada nas empresas aqui no Brasil? Quais as suas vantagens?

EDSON HERRERO: A Psicodinâmica se estabelece em toda formação de equipe, livremente e de forma autônoma. É inerente a toda e qualquer relação humana, desde que haja mais de uma pessoa. Na família também encontramos a psicodinâmica familiar, ou seja, como as relações familiares são travadas em sua privacidade, intimidade e particularidades. Portanto, não se trata da Psicodinâmica ser mais ou menos utilizada. Ela está presente, em vários níveis, em toda e qualquer relação humana de grupo.

BLOG: Você pode dar algumas dicas sobre a melhor maneira de implementar a Psicodinâmica no ambiente empresarial?

EDSON HERRERO: A questão não é implementar a Psicodinâmica nas organizações, mas cuidar da saúde e do equilíbrio da empresa, uma vez que ela ocorre independentemente da nossa vontade. Essa é a melhor dica que posso dar.

Edosn Herrero é professor da Integração Escola Negócios, onde ministra o curso Administração de Conflitos e Negociação da Cooperação. Clique aqui e conheça o programa do curso.  

Está se sentindo pressionado? Impressione

O profissional de hoje é alvo de pressões por todos os lados. Metas, metas e metas. Prazos, prazos e prazos. As empresas têm objetivos cada vez mais desafiadores, e o colaborador que não se adaptar a esses novos tempos vai ficar para trás.

Para falar melhor sobre o assunto, convidamos a professora Márcia Rizzi, da Integração Escola de Negócios.  

1. Pode contar pra gente o que é resiliência? 

O termo veio da Física. Significa a capacidade que alguns materiais têm de absorver impacto e retornar à forma original, como uma mola. Transferido para o contexto das organizações, este conceito é usado para identificar as pessoas que superam dificuldades e desafios. E que se fortalecem a partir de várias adversidades, como a pressão pelo cumprimento de metas. Sabe um ótimo exemplo de resiliência? O bambu. Porque enverga mas não quebra com o vento.

2. Por que é considerada a competência do momento no mundo empresarial?  

Os altos níveis de cobrança por resultados e a competitividade nas organizações justificam a grande procura por pessoas resilientes. No trabalho, convivemos o tempo todo com situações que podem causar frustração: discussões, pressões, fofocas. Ser resiliente é se tornar resistente a tudo isso. Quem desenvolve esta competência tem mais chances de construir uma carreira sólida e duradoura.  

3. As organizações preferem os profissionais resilientes? Quais as características deles?

Sim, o clima organizacional e o relacionamento entre os colaboradores sofrem o impacto da presença ou não dessa capacidade. A principal característica deste tipo de profissional é aceitar positivamente as mudanças e enxergar nelas uma oportunidade de crescimento. Outras características são: autoconfiança, bom humor, empatia, otimismo, sociabilidade, autoconhecimento e valores positivos.

4. Que dica você dá pra alguém que quer se tornar resiliente? 

Você pode aprender esta capacidade em qualquer fase da sua carreira. Resiliência não é uma característica que você tem ou não: há maneiras de identificar como uma pessoa lida com o estresse.

Antes de tudo, busque um sentido para a sua vida estabelecendo um NORTE, uma direção para os seus objetivos e projetos. Tanto no lado pessoal quanto no profissional. Agora, pra desenvolver essa competência é necessário autoconhecimento. Então, coaching e terapia também podem ajudar. Conhecendo-se melhor e captando a percepção de como as pessoas veem você, fica mais fácil traçar metas e reagir com naturalidade às mudanças.

5. Que cursos tratam disso na Integração Escola de Negócios?

Olha, nós temos diversos treinamentos que abordam o assunto, como cursos de liderança, negociação, relacionamento interpessoal e administração do tempo. É só dar uma passadinha na Integração.

* Márcia Rizzi, professora da Integração Escola Negócios, onde ministra o curso de Administração do Tempo. Clique aqui e conheça o programa do curso. 

Dicas para estreitar relacionamentos na empresa

Convidamos o professor Fábio Eltz, da Integração Escola de Negócios, para falar sobre as vantagens de um bom ambiente de trabalho. E de como você é o grande responsável por isso.

DICA 1 – Aceite que o ser humano é complexo

Um dia estamos alegres, no outro acordamos de mau humor. Isso acontece com todo mundo. Não podemos pensar que só os outros têm seu dia de estresse ou de irritação. Todos nós temos problemas e dificuldades, altos e baixos. Por isso, se você está bem hoje, ajude o colega que está em um dia ruim. Assim, em algum outro momento você também vai receber apoio.

DICA 2 – Melhore sua percepção

Pessoas não são máquinas fotográficas que absorvem todos os detalhes de uma cena. A percepção depende da capacidade de atenção, dos interesses, das emoções, do sistema neurológico. Os comportamentos nos relacionamentos estão sujeitos a variações internas (pessoais) ou externas (situacionais). Esses fatores costumam gerar distorções de percepção. Comece a enxergar o seu colega e as situações como um todo, não se prenda a um único detalhe. Por exemplo: se alguém foi mal-educado com você, pense nos problemas que talvez ele esteja enfrentando. Se você melhora a percepção, os relacionamentos no trabalho também melhoram.

DICA 3 – Seja mais empático

Empatia é a capacidade de reconhecer necessidades e desejos das outras pessoas, permitindo relacionamentos mais eficazes. É um estado que faz perceber corretamente os componentes emocionais do outro, colocando-se no lugar dele. Ao compreender melhor as pessoas você aumenta sua visão como ser humano. E passa a aceitar melhor as diferenças, aprendendo a conviver com elas.  

DICA 4 – Aumente o autoconhecimento

É tudo o que sabemos sobre nós mesmos, nossas emoções, reações, preferências, objetivos, valores. E também sobre como os outros nos percebem. Todos nós temos pontos cegos, que são características pessoais das quais não temos conhecimento, mas que são evidentes para quem nos observa. E isso pode gerar dificuldades nos relacionamentos. Pare e pense um pouco: Quem sou eu? Quais são as minhas manias? Será que ando me irritando muito? O que me incomoda ou me deixa feliz? Faça esse exercício e veja como você vai compreender melhor as pessoas.

DICA 5 – Desenvolva suas habilidades sociais

São os comportamentos disponíveis no repertório de uma pessoa. E que contribuem para a qualidade e a efetividade das interações que ela estabelece com os outros. Sociabilidade é a capacidade de estabelecer contato de forma produtiva. É nutrir as relações positivamente e extrair o máximo delas. É ter competência para administrar relacionamentos e criar network. É encontrar pontos em comum e cultivar afinidades. Passe a defender suas posições sem ansiedade, encarando as diferenças de posicionamento como algo natural. Expresse seus sentimentos. Assim você exerce seus direitos sem interferir nos dos outros.

“Dizem que o trabalho enobrece o homem. Vou mais além: é você que enobrece o seu ambiente de trabalho”

finaliza Fábio.

*Fabio Eltz, professor da Integração Escola Negócios, onde ministra vários cursos de Comunicação e Liderança.