Como criar valor em tempos de crise?

*Por Umberto Canônico, consultor da Integração Escola de Negócios

Em um cenário de crise, no qual as perspectivas não são favoráveis para quase nenhum segmento, há uma tendência de que os clientes valorizem ainda mais o próprio dinheiro, ponderando os investimentos. Para ser resiliente num cenário hostil, as empresas devem trabalhar buscando criar valor para seus clientes. Afinal, é isso que eles buscam.

Criar valores não está somente atrelado a produtos ou serviços oferecidos. Isso é obtido direcionando os esforços de todas as áreas de uma empresa em uma única direção, a geração de caixa. A equação é bem conhecida: é preciso aumentar a receita e reduzir os custos, preferencialmente de maneira simultânea.

Apesar de simples, a equação não é simplista, devido aos diversos aspectos que reúne. Veja a seguir algumas ações que, apesar de parecerem óbvias, nem sempre são implementadas pelas empresas para gerar caixa:

Melhorar a venda de produtos de maior valor agregado

Os produtos devem necessariamente ser aqueles que também agregam valor ao cliente, geram caixa para ele e encantam os consumidores.

Manter a equipe comercial alinhada com a estratégia de geração de caixa

Treinar a equipe no processo de vendas, fazendo-a conhecer os diferenciais competitivos dos produtos/serviços que comercializa e a forma com que eles podem se transformar em benefícios para o cliente.

Motivar as equipes interfuncionais

Criar campanhas que abranjam as equipes de vendas, de entrega e o suporte, de forma a criar sinergia e espírito de colaboração.

Criar indicadores de eficiência

Os indicadores devem orientar “como” chegar ao resultado, ou seja, à geração de caixa. Devem ser estruturados de maneira que permita a fácil compreensão, atualização e acompanhamento.

Definir metas realistas

As metas devem refletir o real momento do mercado, suas expectativas e as estratégias da empresa para enfrentar o cenário. Expectativas supervalorizadas, em muitos casos, são inatingíveis e acabam por desmotivar a equipe.

Redefinir investimentos e lançamentos de produtos/serviços

Ao avaliar o portfólio das empresas será possível ver que a lei de Pareto (20% dos produtos é responsável por 80% do faturamento) se aplica a todas as companhias, em relação ao número de produtos responsável pela geração de caixa. É preciso rever o portfólio, pois as implicações em se manter uma quantidade imensa de produtos afetam vários setores da empresa e ao invés de gerarem caixa acabam por destruí-lo.

Auxiliar clientes no processo de geração de caixa é possível por meio de quatro práticas:

1 – Prometer o que se pode cumprir e cumprir o que foi prometido: Sem dúvida, esta atitude está diretamente ligada à qualidade.

2 – Conhecer o negócio do cliente: Isso permitirá oferecer um “mix” de produtos/serviços adequados, considerando localização, perfil de consumo dos clientes dele, tamanho do estabelecimento e custos fixos.

3 – Oferecer a quantidade de produtos de acordo com o potencial do cliente: Deve-se levar em consideração o giro dos produtos, a frequência de compra e seu fluxo de caixa.

4 – Executar o sell out ajudando no giro dos produtos: Auxiliar no abastecimento e na exposição dos produtos e verificar a precificação, tendo em vista que produto sem preço não vende. Também é importante prover a comunicação por meio da correta utilização dos materiais de merchandising.

Essas são algumas sugestões que permitem às empresas trabalhar o que chamamos de cadeia de valor. Assim, vamos satisfazer a empresa por meio da geração de caixa. Em resumo:

  • Os clientes vão se manter fiéis ao fornecedor, pois também geram seus caixas.
  • Os consumidores terão suas expectativas atendidas ao comprarem os produtos/serviços.
  • Os fornecedores terão a continuidade de suas vendas.
  • Os colaboradores terão a garantia de seus empregos.

Quais dessas atitudes sua empresa tem posto em prática?

Está se sentindo pressionado? Impressione

O profissional de hoje é alvo de pressões por todos os lados. Metas, metas e metas. Prazos, prazos e prazos. As empresas têm objetivos cada vez mais desafiadores, e o colaborador que não se adaptar a esses novos tempos vai ficar para trás.

Para falar melhor sobre o assunto, convidamos a professora Márcia Rizzi, da Integração Escola de Negócios.  

1. Pode contar pra gente o que é resiliência? 

O termo veio da Física. Significa a capacidade que alguns materiais têm de absorver impacto e retornar à forma original, como uma mola. Transferido para o contexto das organizações, este conceito é usado para identificar as pessoas que superam dificuldades e desafios. E que se fortalecem a partir de várias adversidades, como a pressão pelo cumprimento de metas. Sabe um ótimo exemplo de resiliência? O bambu. Porque enverga mas não quebra com o vento.

2. Por que é considerada a competência do momento no mundo empresarial?  

Os altos níveis de cobrança por resultados e a competitividade nas organizações justificam a grande procura por pessoas resilientes. No trabalho, convivemos o tempo todo com situações que podem causar frustração: discussões, pressões, fofocas. Ser resiliente é se tornar resistente a tudo isso. Quem desenvolve esta competência tem mais chances de construir uma carreira sólida e duradoura.  

3. As organizações preferem os profissionais resilientes? Quais as características deles?

Sim, o clima organizacional e o relacionamento entre os colaboradores sofrem o impacto da presença ou não dessa capacidade. A principal característica deste tipo de profissional é aceitar positivamente as mudanças e enxergar nelas uma oportunidade de crescimento. Outras características são: autoconfiança, bom humor, empatia, otimismo, sociabilidade, autoconhecimento e valores positivos.

4. Que dica você dá pra alguém que quer se tornar resiliente? 

Você pode aprender esta capacidade em qualquer fase da sua carreira. Resiliência não é uma característica que você tem ou não: há maneiras de identificar como uma pessoa lida com o estresse.

Antes de tudo, busque um sentido para a sua vida estabelecendo um NORTE, uma direção para os seus objetivos e projetos. Tanto no lado pessoal quanto no profissional. Agora, pra desenvolver essa competência é necessário autoconhecimento. Então, coaching e terapia também podem ajudar. Conhecendo-se melhor e captando a percepção de como as pessoas veem você, fica mais fácil traçar metas e reagir com naturalidade às mudanças.

5. Que cursos tratam disso na Integração Escola de Negócios?

Olha, nós temos diversos treinamentos que abordam o assunto, como cursos de liderança, negociação, relacionamento interpessoal e administração do tempo. É só dar uma passadinha na Integração.

* Márcia Rizzi, professora da Integração Escola Negócios, onde ministra o curso de Administração do Tempo. Clique aqui e conheça o programa do curso.