Fernanda Dutra lança livro sobre o poder da arte e da gamificação nos treinamentos

Palestrante, coach, consultora de gestão de pessoas e escritora, Fernanda Dutra acrescenta mais um item ao seu currículo. Ela lança hoje, às 19 horas, no Conjunto Nacional da Avenida Paulista, seu primeiro livro: O Efeito Melão – Potencialize a Flexibilidade Cognitiva pela Arte e Gamificação (DVS Editora). 

Na Integração, Fernanda ministra vários cursos como o de Storytelling, o de Técnicas de Argumentação e Persuasão e o de Comunicação Não-Violenta. Em seus cursos, ela utiliza elementos de arte e de contação de histórias e toda a experiência de dez anos como consultora de treinamentos e desenvolvimento de pessoas em várias instituições foram a base para a escrita do seu livro. O lúdico que Fernanda incorpora a suas palestras, oficinas e aulas foi incorporado naturalmente, já que ela aliou suas duas formações: administração de empresas e artes plásticas. “Comecei a inserir a arte nos treinamentos para desenvolvimento de pessoas porque ela tem a capacidade de fazer despertar a plasticidade cognitiva das pessoas”, explica Fernanda. 

Arte e jogo para o desenvolvimento 

Além da arte, a consultora também utiliza a gamificação em seu trabalho. Ela conta por quê: “Os jogos são complementos importantes para os treinamentos. Assim como a arte, eles despertam a consciência e têm um aspecto interessante por ajudar a pessoa a se ver em grupo, a perceber como ela reage em determinadas situações, algo que, muitas vezes, não acontece quando ela está inserida na rotina do dia a dia”. 

Em seu livro O Efeito Melão, Fernanda conta como foi moldando seus cursos e palestras a partir da inserção desses elementos. O storytelling, que ela ensina em suas oficinas, está presente na construção da narrativa. Ou seja, a autora mostra, por meio de suas próprias experiências e histórias, como a arte e a gamificação aumentam a flexibilidade cognitiva, contribuindo para o desenvolvimento das pessoas. 

Arte paralela 

Fernanda também conta como a arte é benéfica para se ter mais foco e concentração. Em um dos capítulos, ela revela que faz mandalas, com as quais presenteia os amigos. A atividade, no entanto, não é apenas parte do trabalho de Fernanda como artista plástica. “O processo de fazer uma mandala funciona como uma meditação ativa. Quando preciso pensar melhor, paro para construir uma mandala e vejo que consigo reorganizar as ideias”, diz ela. 
Para o livro, a autora entrevistou doze profissionais que, como ela, tem a arte como algo que caminha junto a uma outra atividade profissional. “Quando já tinha terminado as entrevistas, descobri que Fernando Cardoso, sócio-diretor da Integração, é escultor. Achei uma coincidência muito bacana. Então, decidi convidá-lo para fazer a crítica de capa do livro”, afirma Fernanda.  

E o melão nessa história?

O Efeito Melão ganhou ainda um prefácio escrito pelo filósofo Mario Sergio Cortella, palestrante que todos os anos participa do Workshop de Notáveis da Integração. “Conheci o professor Cortella por meio de uma amiga que tínhamos em comum. Ele sempre foi muito gentil e generoso comigo e é uma honra ter um prefácio assinado por ele no meu primeiro livro”, afirma Fernanda. 

No livro, Fernanda descreve a história que deu título ao livro. Ela também narra o episódio em que, logo depois de apresentá-la em um treinamento de lideranças, um dos participantes teve uma boa ideia. O CEO da empresa desse participante, ao ouvir a ideia que nasceu ali naquele momento, disse: “é o efeito melão”. O episódio do melão é contado por Fernanda para explicar como o storytelling pode ser útil para transformar temas difíceis – dissonância cognitiva e neuroplasticidade, por exemplo -, em histórias fáceis de serem assimiladas.  

Quer saber mais sobre a história do melão? Clique aqui e veja o vídeo da Fernanda. Leia também O Efeito Melão para saber mais detalhes e ver como utilizar arte e gamificação para potencializar os treinamentos.   

Como se faz arte e o que isso tem a ver com as empresas

Para sobreviver, as empresas precisam se diferenciar. É como um artista que quer deixar sua marca no mundo. Digo isso com base na experiência de conciliar o trabalho na Integração Escola de Negócios, empresa da qual sou sócio-diretor, com a carreira como escultor (Instagram: @fernandocardoso88).

Gosto de fazer essa analogia nos treinamentos que dou para executivos e também nas conversas que tenho com os colaboradores da Integração. Em um desses bate-papos, na semana passada, provoquei a equipe questionando o que eles entendiam por arte e como eles viam a relação entre esse conceito e o que fazemos na empresa. Do grupo, que reunia colaboradores que também são artistas – tocam ou cantam em bandas, por exemplo – surgiram respostas interessantes. Tivemos definições de arte como algo que permite expressar emoções ou fazer conexões. Houve ainda quem defendeu que apreciar a arte também é uma forma de arte. Se esse é um conceito tão abrangente, podemos transportar para uma empresa aspectos do processo criativo, além de almejar resultados que reflitam o “estado da arte”.

Assim como a arte, as empresas precisam proporcionar experiências.

As corporações estão indo além da venda de produtos ou serviços e começam a oferecer a seus clientes experiências. É assim que aquelas que se destacam têm buscado se distinguir das demais. Alguém que aprecia café, por exemplo, já não quer mais apenas comprar um bom produto. Quer ter a possibilidade de experimentar diferentes sabores, conhecer a história do grão, visitar a fazenda para saber como é a sua produção, além de desejar um espaço para compartilhar com outros amantes do café as suas impressões. Ou seja, quer viver todas as experiências possíveis relacionadas à bebida.

A arte tem de ser autêntica e as experiências proporcionadas pelas empresas também.

Mas somente criar experiências não é suficiente. É preciso que elas sejam autênticas, baseadas na essência da companhia. Na Integração, por exemplo, temos claro que nossa visão é ser o aliado para ajudar a desenvolver pessoas que vão transformar o mundo e cravar sua marca nele. Isso norteia a experiência que trabalhamos para oferecer aos nossos alunos. Queremos que eles sintam que estão num ambiente que lhes proporciona a oportunidade de se abrir para o aprendizado e de conhecer pessoas muito interessantes. Desejamos que eles saiam daqui com a sensação de que deram um passo além para o seu crescimento pessoal e profissional.

O que é preciso para ser autêntico — nas artes e nas empresas?

Para conseguir oferecer experiências reais aos clientes, que deixem transbordar a essência da empresa, os colaboradores devem se sentir inspirados a trabalhar como se estivessem criando uma obra-prima. Para isso, além de encontrar um ambiente que os estimule, eles precisam ter em mente três aspectos: visão, potência e identidade. Tenho em mente esses aspectos quando realizo minhas esculturas e tento disseminá-los entre nossos colaboradores da Integração.

Por que eles são importantes? É preciso ter visão para enxergar além do que todos veem, observar sutilezas que estão invisíveis para a grande maioria. Quando dou aulas de escultura e um aluno me diz que não vai conseguir fazer algo porque não tem muita habilidade com as mãos, respondo a ele que essa não é a principal característica de um bom escultor. Ter visão é o principal. Assim como para um profissional de qualquer área que queira inovar e ir além.

É necessário imprimir potência, ou seja, ter paixão e realizar tudo de maneira excepcional. A visão junto com a potência resultarão no mais importante, a identidade. Assim, o artista — e o profissional — deixa sua digital, a sua identidade de forma que ninguém tenha dúvidas de que aquela obra de arte — ou aquele produto ou serviço — tem um autor.

Fernando Cardoso, sócio-diretor da Integração Escola de Negócios