Regra 70:20:10. O hit do momento entre os profissionais de RH

Por Lucimar Delaroli, consultora da Integração Escola Negócios

“Só sei que nada sei, e o fato de saber isso, me coloca em vantagem sobre aqueles que acham que sabem alguma coisa”.

Sócrates

A frase do filósofo Sócrates nunca foi tão atual. No mundo corporativo de hoje, em que a tecnologia e a Internet provocam mudanças quase diárias, o profissional precisa se reinventar constantemente, se quiser continuar no mercado. Para isso, existem vários modelos de aprendizado e capacitação nas empresas. Vamos falar sobre a metodologia do momento: a regra 70:20:10.

Criada por Morgan McCall, Robert Eichinger e Michael Lombardo, do Center for Creative Leardership (Centro para Liderança Criativa), a regra 70:20:10 mostra como os colaboradores podem aprender nas organizações. Veja como a fórmula é fácil de entender:

  • 70% do aprendizado ocorre pela experiência própria, com as vivências no local de trabalho.
  • 20% decorrem das interações com os colegas de empresa, do compartilhamento de ideias, dos feedbacks recebidos.
  • 10% representam o treinamento formal, as leituras e estudos estruturados.
O que significa, na prática

Essa metodologia é derivada de uma fórmula idealizada por Jack Welch (ex-CEO da General Eletric), e que tinha como objetivo definir a curva de vitalidade da empresa para a construção de meritocracia: 20:70:10 (premiar os 20% melhores, manter os 70% bons e afastar os 10% de pior resultado). Adaptada pelos profissionais de treinamento, a regra 70:20:10 virou o hit do momento para definir o modo como as organizações oferecem aprendizagem empresarial e oportunidades de desenvolvimento para seus colaboradores.

Vou especificar melhor o que disse antes sobre as porcentagens, assim ninguém fica com dúvidas. Vamos lá. 70% da capacitação é sempre fornecida “on the job”: você conta suas experiências e fornece conteúdo para o aprendizado. Os outros 20% são conduzidos informalmente por meio de programas de Mentoring, Coaching, Tutoria, experiências compartilhadas com colegas de diferentes formações e áreas etc. Os 10% restantes são executados formalmente via programas de treinamento. O que inclui, além da metodologia presencial, experiências de autoestudo, interações grupais e de tutoria nas modalidades “blended” (parte presencial, parte virtual), estimulando o 70:20:10 dentro dos 10% de aprendizagens estruturadas.

O potencial de utilização da metodologia

Cada vez mais empresas buscam conteúdos de treinamento que abordem a regra 70:20:10. Ela tem sido usada nos Planos de Desenvolvimento decorrentes de Avaliação de Desempenho e também nos processos de Assessment e Coaching. A ênfase é na potencialização do aprendizado, utilizando para isso as ideias de conhecimento universal e desenvolvimento no dia a dia, aplicadas na geração de resultados.  

Dentro dessa abordagem, as organizações coordenam esforços para alinhar líderes e liderados na cultura da aprendizagem colaborativa, dando sentido à capacitação e co-responsabilizando os profissionais pelo seu crescimento, além da possibilidade de retorno do investimento a cada ação de treinamento.

O que dizem os números

Mesmo diante desse cenário, no Brasil, a mais recente pesquisa da ABTD em parceria com a Integração Escola de Negócios (O Panorama do Treinamento no Brasil: 2019) traz um dado interessante: 6% das empresas participantes não utiliza nenhuma tecnologia no desenvolvimento de pessoas e 71% usam o treinamento presencial. A troca pessoal de conhecimento entre colaboradores é, de fato, a forma mais utilizada.

O que me faz pensar: quantas organizações estão realmente preparadas para entrar nessa curva de capacitação e ajudar a reduzir a escassez de talentos? As empresas precisam aprender que o sucesso se constrói com o desenvolvimento das habilidades e competências dos seus colaboradores. Quem tiver essa visão, tem o futuro garantido.  

Os destaques do Leadership Development Program

O Center for Creative Leadership (CCL) é referência global quando o assunto é liderança. Em junho, o sócio-diretor da Integração Fernando Cardoso esteve no campus do CCL, em Greensboro, nos Estados Unidos, para participar do curso Leadership Development Program®. Durante uma semana, o curso abordou temas essencias para as lideranças, como influência, comunicação, pensamento e ação sistêmicos, autoconsciência, resiliência e agilidade de aprendizado. Ao Na Íntegra, o blog da Integração, Fernando traz alguns detalhes dessa imersão. 

Fernando, você já havia participado de algum curso no CCL antes? 

Sim, esta é a quarta vez que vou ao CCL. Todo ano, faço uma atualização no exterior porque é uma maneira importante de buscar tendências para serem apresentadas aos nossos clientes. Nesse curso, em específico, eu era um dos 24 participantes, divididos em duas turmas, e o único estrangeiro. Os demais eram americanos. É muito interessante poder ver de perto um pouco da realidade do mercado dos Estados Unidos, a cultura dos profissionais e o que há de diferente ou de parecido com o nosso cenário. 

O que você observou dessas diferenças e similaridades?

O estresse, as aflições e as inseguranças relacionados ao mercado de trabalho e à formação são muito parecidos, mas o americano tem uma preocupação social maior que a nossa. Além disso, o perfil das pessoas que estão lá buscando se atualizar é de nível sênior. São profissionais de alto nível profissional e cultural investindo em desenvolvimento. No Brasil, o que vemos com mais frequência é a busca pelo desenvolviment como uma preocupação de carreira por profissinais mais jovens. 

Outro ponto que fica bem evidente é que os Estados Unidos investem em treinamento e desenvolvimento bem mais que o nosso país. Na última edição do Panorama do Treinamento do Brasil, pesquisa realizada pela Integração, já havíamos mostrado isso. Enquanto o Brasil investe 0,63% em T&D sobre o faturamento anual da organização, nos Estados Unidos esse índice chega 1,43%. Além disso, na nossa pesquisa vimos que no Brasil são 21 horas anuais de treinamento por colaborador, enquanto que nos Estados Unidos, são 33 horas. 

Quais as principais ênfases dadas pelo curso?

O curso deu ênfase a pontos muito interessantes, mas destaria, principalmente, aqueles voltados para questões comportamentais, autoconhecimento e qualidade de vida. Falou-se bastante sobre a importância de balancear a vida pessoal com a profissional, mostrando como isso é fundamental para um desenvolvimento integral. Discutimos como planejamento de vida, administração do tempo, cuidados com a saúde e satisfação pessoal estão conectados ao desenvolvimento profissional.

Algo bacana é que o Leadership Development Programa® não termina com o encontro, que durou cinco dias. Continuamos com reuniões online e o acesso a ferramentas de apoio e consulta. É um programa que nos dá uma boa bagagem e que, sem dúvida, será muito útil para minhas aulas e para a coordenação dos treinamentos que faço na Integração.

E para saber sobre os cursos da Escola de Líderes da Integração, acesse 

Cursos Abertos: http://bit.ly/2u3KlVC

Cursos In Company: http://bit.ly/2z9VM3T

Fernando Cardoso em atualização no CenFernando Cardosoter for Creative Leadership

Entre os dias 11 e 15 de junho, o sócio-diretor da Integração Fernando Cardoso participou do Leadership Development Program®, nos Estados Unidos. O curso, ofertado pelo Center for Creative Leadership — instituição que é referência global quando o assunto é liderança — girou em torno de seis fatores vitais para o sucesso de um líder: influência, comunicação, pensamento e ação sistêmicos, autoconsciência, resiliência e agilidade de aprendizado. 

Fernando foi um dos 24 participantes que se dividiram em duas turmas para se aprofundar em questões como liderar atráves de limites organizacionais ou mesmo geográficos, a construção de ponte entre a liderança e a linha de frente de uma organização, a arte da colaboração, a resolução de problemas em meio a situações complexas e em clima de rápida mudança, entre outros tópicos. 

Em breve, aqui no Na Íntegra, vamos trazer mais detalhes sobre essa imersão de Fernando no curso do Center for Creative Leadership. Acompanhe para ficar por dentro das novidades e tendências de liderança. 
E para saber sobre os cursos da Escola de Líderes da Integração, acesse 

Cursos Abertos: http://bit.ly/2u3KlVC

Cursos In Company: http://bit.ly/2z9VM3T